MODERN FAMILY ( 2009-2020 ) 4x05 | “Open House of Horrors”
"Na verdade, não. Estou realizando a prevenção de crise. Não sabe como foi da última vez." Ainda lembra-se de como teve que aliviar os sentimentos de Joseph para que o fardo tornasse um pouco mais suportável. Geralmente, não acatava pedidos como aqueles, mas lembrava-se de sentir e concordar em ajudá-lo naquele momento diferente. É claro que Yasemin não sabia, uma vez que ela tinha sido a causadora daquela dor. Não julgava ela, já que tinha feito o que considerava certo naquela época; até mesmo a admirava, uma vez que tinha que ter determinação para insistir em suas escolhas, independente do que fossem. Anastasia, de qualquer forma, era uma pessoa protetora, o que também traduzia na amizade com Joseph. "Mas se você realmente acredita que é só curiosidade, mesmo que sim, tenha uma parte disso, você não me conhece para achar que eu viria encher o seu saco ao invés do dele diretamente e, também, não conhece Joseph o suficiente para achar que ele faria amizade com alguém que se importa somente com fofoca e não o bem-estar dele." Não estava irritada, na verdade, mesmo que as frases pudessem soar dessa forma. Colheria as migalhas caso aquela relação deles desse errado, mas esperava não precisar fazer aquilo. Tomou mais um gole de água, sentindo-se mais sóbria depois de vários drinks. Descansar e comer um pouco realmente faziam milagres. "Vocês deveriam se divertir, nunca sabemos o que pode acontecer ultimamente." Mas não pensaria nisso, de qualquer forma. Se algo acontecesse, sobraria para a Anastasia do futuro (dali dois dias, já que no próximo estaria de ressaca). "E você também parece melhor. Está linda, inclusive."
Yasemin passou por situações questionáveis ao longo do dia. De maneira literal já que o tempo todo os amigos tentaram criar um clima romântico entre eles, isso quando alguém não chegava questionando a natureza da relação deles. Ela meio que perdeu as contas de quantas vezes isso aconteceu num único dia. Ela pegou sua taça de vinho e a virou de uma vez quando ouviu aquela pergunta e todas as outras que vieram em seguida, segurando a garrafa de vinho de um autômato que passava e colocava em sua mesa, enchendo a taça novamente. ❝ ― Vem cá... Não acha que está sendo intrometida demais não? ❞ — Questionou de maneira sincera e direta, finalmente pousando seus olhos em Anastasia.
❝ ― É complicado. ❞ — Yasemin por fim acabou falando, soltando um longo suspiro enquanto abaixava a cabeça para seu prato, pegando um pedaço de Kebab, algo que remetia a sua terra natal e levando a boca. A ruiva fitou seu par ao longe enquanto mastigava, pensando exatamente no que falar para a semideusa ao seu lado. ❝ ― De qualquer forma, está tudo bem. Estamos nos divertindo hoje depois de semanas e mais semanas sofrendo no acampamento. ❞
FLASHBACK . A expressão permaneceu nada agradável, uma vez que continuava não muito feliz com aquela ambientação. "Odeio tanto barulho. O ponto do resort é relaxarmos, certo?" Estava tão relaxada, os músculos tão leves quanto plumas, então tinham decidido entrar naquele lugar que parecia um show de horrores. Não que tivesse medo, mas os pelos pareciam constantemente arrepiados por um perigo que não era real, o que era excessivamente incômodo. Era alguém que preferia velas perfumadas, banhos cheirosos e um bom livro do que ficar explorando mistérios e desbravando lugares que não deveriam ter nada demais. Estava prestes a respondê-la quando a estátua caiu no chão, fazendo com que os olhos arregalassem, pensando que não parecia ser uma boa ideia. Imediatamente, tomou a dianteira, puxando suavemente Melis para suas costas. Não que a outra precisasse de uma proteção excessiva, afinal Melise já tinha evoluído com as armas, mas era inevitável para a filha de Afrodite não ter o sentimento superprotetor tratando-se da amiga. "Certo, vai que acordamos alguma coisa aqui." Olhou em volta, como se tivesse tentando definir se era seguro ou não pegarem algo. "Vamos pegar só um punhado. O que está aqui parece não ser muito receptivo a semideuses roubando alguns dracmas." Com passos cuidadosos, Anastasia pegou um pouco e colocou no bolso, não tendo certeza se estava fazendo o correto. Esperou ela pegar, mas permanecia atenta ao que acontecia ao redor delas. "No três, nós corremos embora, ok?" O olhar foi dado por cima do ombro, esperando que Melis tivesse compreendido as instruções. "Um... Dois... Três!" Pegou a mão dela e, com um sorriso no lábio, puxou ela de perto daquele monte de ouro. Atravessaram a porta em alguns segundos e finalmente sentia que podia respirar corretamente novamente. Sequer tinha percebido que estava sem fôlego, ansiosa para o que estava prestes a acontecer. "Já que estamos aqui, quer ver mais alguma sala?"
"Pior que eu não posso nem te dizer que não vai ter, amiga. Você viu todos os sustos com aqueles piratas que gritam..." Era muito provável que dentro da Sala do Tesouro tivesse mais alguma coisa parecida para assustá-las. Ainda assim, Melis sentiu uma onda de animação tomar conta dela quando recebeu a resposta positiva da amiga e a observou empurrando a porta. Seguiu o olhar de Nastya em direção ao tesouro e não conseguiu conter a empolgação. "Pelo deuses, isso é incrível!" Exclamou alto, já se adiantando para entrar na sala. "Eu não sei, mas ouvi o pessoal falando que dá para carregar pelo menos uns vinte desses dracmas cada!" Pretendia visitar a atração de uma forma ou de outra, mas não podia negar que os outros comentários dos semideuses sobre o que encontraram naquela sala foi um dos motivos para que Melis estivesse tão ansiosa. "E olha aquilo ali, parece algum tipo de estátua de anima..." Antes que pudesse terminar a frase, sua animação fez com que ela se aproximasse rapidamente da estátua, esbarrando nela de forma desajeitada. A estátua caiu no chão se quebrando. Dela, soaram gritos que fizeram Melis se arrepiar. Com os olhos arregalados, ela voltou para perto de Nastya em um pulo. A amiga era sempre sua protetora. "Vamos só pegar nossos dracmas e fugir! Parece que sou um perigo para a decoração desse navio."
A voz dele parecia vir de todo o lado, o que definitivamente não facilitava para Anastasia, que tentava achar o irmão. As provocações dele não faziam efeito nela, uma vez que já estava sentindo o coração mais acelerado pelo jogo que estavam. Adorava competições, tanto que não tinha hesitado em visitar a atração antes de todas as outras. Aquela era a terceira vez que estava ali dentro e, mesmo assim,s surpreendia-se com o que encontrava. Ao escutar, no entanto, a simulação, um sorriso travesso apareceu nos lábios dela, seguindo o som automaticamente. Quando chegou perto, no entanto, não encontrou nada, o que frustrou ela. "Irmãozinho... Que azar, hein?" Foi o suficiente para que caminhasse mais um pouco, tentando escutar pelo menos uma respiração diferente. Ao escutar alguns passos atrás dela, no entanto, mordeu o lábio inferior, sabendo que tinha se ferrado. "Merda, merda, merda." Sussurrou mais para si mesma do que para o outro, esperando que pudesse ter um pouco de pena dela. "Trégua?"
⭒ ๋࣭ 𖹭 ๋࣭ ⭑ para a irritação de max, a acústica ali era muito boa. podia estar tentando fazê-la falar para que a voz ressoasse e ele identificasse assim como fazia quando brincava com as crianças de gato mia, mas não estava dando sorte ali. a voz parecia vir de todos os lugares! hefesto certamente tinha pensado em tudo quando construiu aquilo. pelo menos sabia que também não cairia no mesmo erro que tentava fazer com que ela cometesse. “ ━━━ deveria começar a experimentar coisas novas como fazer algo sem estar no mood." retrucou, olhos claros esquadrinha o local em busca de algum movimento. nada. “ ━━━ não estou me escondendo, se você não está me vendo isso quer dizer que eu sei me camuflar bem." blefou. ainda nem tinha se mexido nos últimos minutos, escondido muito bem atrás de uma ruína. para seu desespero, porém, do nada, um ciclope desajeitado e brilhoso aparecia, uma simulação. uma simulação barulhenta que começava a dedurar onde ele estava. “ ━━━ maldito! puta que pariu!" reclamou em indignação, a arma de laser apontada para a criatura enquanto atirava contra ele para fazer com que explodisse em um pó holográfico amarelo e então era forçado a correr dali.
Encontrou os olhos escuros alheios, pensativa a questão do que poderia ser perguntado. Tantas opções e nenhuma parecia ser suficiente. Um suspiro exasperado escapou dela, que sentia-se frustrada pelos pensamentos estarem tão enevoados em decorrência do álcool. Perdeu-se, por um segundo, nas orbes escuras e naquelas sombras que a chamavam para aceitá-las constantemente. Piscou como se tentasse recobrar a consciência, afastando-se um pouco mais da outra. Ela era perigosa, muito perigosa. "Nah, mal nos conhecemos. Nem teria por onde começar. Quando eu souber dos seus segredos, vou querer conhecer os mais profundos e não qual é o nome do esmalte que você usa." Revirou os olhos, como se fosse algo absurdo de ser perguntado. Se fosse outra pessoa, Anastasia provavelmente se satisfaria com o básico, sabendo apenas apenas aspectos superficiais da vida de Kitty. No entanto, sempre ficava intrigada com a barreira que parecia afastá-la toda vez, então queria saber mais, muito mais. Talvez esse fosse um dos motivos que estava permitindo que aquela conversa durasse tanto sem as suas frases ríspidas e desinteressadas pela irmã do ex-namorado. "Vamos começar por algo básico, então, o que me diz?" Apertou os lábios, refletindo sobre qual das perguntas mais básicas deveria começar. "Já sei: o que mais te interessa em uma pessoa? Não só romanticamente ou sexualmente, mas o que faz com que queira conversar com alguém novamente." Como uma filha de Afrodite, era viciada em saber mais sobre interesses e amores, platônicos ou não. Já tinha visto a filha de Hades conversando com vários campistas, que apreciavam a companhia alheia, mas não sabia se ela verdadeiramente apreciava estar com aquelas pessoas. Tsc, odiava não saber de algo.
"Você é esse tipo de bêbada, então. Essa noite, no entanto, é propícia de tomar decisões imprudentes, você não acha? Você deveria se entregar à sensação." Realmente ansiava em ver um novo lado de Kitty que não tinha encontrado ainda, por isso continuava a incentivando a tomar mais um gole da bebida. Anastasia sabia que, no final do seu drink, encontraria ainda mais felicidade do que estava sentindo. "Por favor, não se comporte, Kitty. Se não, serei a única fazendo escolhas ruins." Um sorriso apareceu nos lábios dela, convidativos, e o olhar deslizou para o copo dela que tinha sido recusado pela morena. "Oh, eu, ao contrário de você, fico mais leve. As coisas param de importar tanto assim. Sinto como se fosse capaz de fazer qualquer coisa que eu anseie." Não era uma pessoa comedida, mas, com certeza, desejava constantemente a aprovação dos outros, o que impedia que não fizesse absolutamente tudo o que ansiava. Pela sua imagem como instrutora, geralmente impedia-se de cometer alguns absurdos que passavam pela sua cabeça. Se Kitty também se entregasse à bebida, talvez pudesse cometer alguns deles juntas, o que seria muito divertido. "Uma sensação que pode ser tanto boa quanto ruim. Depende do que eu vá querer." Uma pequena risada saiu de Anastasia, que bebericou mais um gole da bebida.
Nunca tinha se dedicado a pensar demais nas diferenças de emoções, embora Kitty sempre tenha pensado muito em si mesma e em suas maneiras de sentir. Se conhecia bem o suficiente quanto a isso, afinal, no entanto, as palavras de Anastasia acenderam uma nova curiosidade, algo no que pensar e mantê-la acordada antes de dormir. "Não sei se entendo, mas obrigada por me falar isso. Algo novo no que pensar." Contou, dando uma rápida espiada no corpo deixado de lado. Agora que os lábios haviam se acostumado com o gosto, sentia-se tentada a provar novamente. No entanto não fez nenhum gesto para pegá-lo, mantendo sua atenção concentrada na loira à sua frente. "Você pode me perguntar, é sério." Deixou de lado a parte dos segredos, porque é claro que tinha, mas ousaria Nastya tocar em temas tão sombrios quando a noite estava tão bonita? Quando elas próprias estavam etéreas? No entanto, ao ser questionada sobre o seu estado bêbada, Kitty riu e colocou uma das mãos no rosto, como se envergonhada. "Fiquei bêbada poucas vezes, quando ainda era uma adolescente que vez ou outra queria sair do acampamento. Acho que foram duas ou três vezes?" Por fim tirou a mão do rosto, encarando os olhos claros de Nastya. "De qualquer forma, esse vestido é muito bonito para que eu queira arrancá-lo em cima de uma mesa qualquer. Afrodite me mataria por estragar o baile, não é? Eu me transformo, Anastasia. Não sou tão tímida, mas me torno mais desinibida. Pretendo me comportar essa noite." Por isso, apesar do convite saboroso que a bebida oferecia, ainda a deixou de lado. "E você? Não é afetada pelo álcool?"
she was crying on my shoulder , all I could do was hold her , only made us closer .
w. @kittybt
"Vamos sentar um pouco por enquanto, então." Aproveitou que a mão dela estava estendida, por algum motivo que Anastasia não compreendeu muito bem, e a pegou para que a guiasse para um dos sofás que tinham ali. Sentou-se, meio cambaleante, sentindo o corpo afundar na espuma que, com certeza, era uma das mais confortáveis que já tinha experimentado. Era como um abraço acalentador e, por isso, não hesitou em afundar um pouco mais, pensando se deveria tomar mais um drink. Ao invés disso, decidiu encher com um pouco de Coca Diet, acreditando que seria melhor não entregar-se tanto à tentação. "Então, Kitty Cat, você está me devendo algumas explicações." Levantou dois dedos, uma vez que havia dois pontos a serem conversados. "Primeiro, como mesmo acabamos como colegas de quarto e, segundo, por onde andou? Veio com a conversa de sermos amigas quando eu estava praticamente como uma múmia na enfermaria, mas depois sumiu. Era mais consciência pesada?"
A voz de Anastasia capturou sua atenção, mas ao mesmo tempo não parecia a voz dela. Kitty se virou em direção à outra, e encontrando diferente. Havia algo diferente, não conseguia identificar o que. O olhar? As bochechas coradas? Ou as palavras que não esperava ouvir dela nem em um milhão de anos, apesar das últimas semanas? Achava que havia um certo combinado de uma possível amizade, mas com a sucessão de tragédias, sequer havia conseguido procurá-la. "Anastasia?" estendeu os braços para segurá-la caso precisasse. Não poderia deixá-la sozinha assim... e também não tinha muito o que fazer, afinal. "O que quer fazer? Quero dizer, para onde quer ir? É melhor sair de perto da beirada, não é?"
Nana for DAZED Korea
# ʚ♡ɞ STARTER para @maximeloi em chalé de afrodite .
Não era uma pessoa que expressava-se facilmente, principalmente porque acreditava que existia essa fachada que deveria manter: a Anastasia irreverente e durona. Tinham a subestimado, inclusive ela mesma, desde que tinha sido reclamada filha de Afrodite e, por conta disso, demorou até que conquistasse o cargo que almejava. Haviam poucas pessoas para quais se abria e os irmãos eram uma delas. Bateu duas vezes na porta do irmão e, quando não obteve resposta, não hesitou em abrir a porta. Se não pudesse entrar, ele responderia, certo? Desde que vivenciaram os seus piores medos, Maxime estava... Sumido. Não que pudesse culpá-lo, já que ela mesma começou a dedicar-se quase exclusivamente no treinamento com a espada e a corrente, acreditando que poderia aliviar os próprios pensamentos com suor, assim como faziam os filhos de Ares. No entanto, não funcionava muito bem para si, já que ficar em silêncio fazia com que ficasse ainda pior. "Ei, quer conversar?" As palavras saíram baixas, deitando-se ao lado do irmão sem hesitação. Não tinha problema em demonstrar afeto e carinho por ele, já que, mesmo sendo competitivos, sempre estiveram um ao lado do outro. A mão dela foi até as madeixas dele, acariciando como uma forma de garantir que Max entendesse que, independente do que acontecesse, Anastasia estava ali por ele. O irmão era uma das pessoas que mais amava no mundo inteiro. "Porque acho que ambos estamos precisando."
@silencehq
"Vocês, filhos de Zeus, são todos iguais mesmo." As palavras saíram como um resmungo, já que, quanto mais passava tempo com Ian, mais percebia as semelhanças de personalidade com Raynar. Compartilhavam o jeito mal-humorado, como se o mundo tivesse um grande problema com eles, o que fazia com que ficasse mais facilmente irritados. "Eu não estou te desmotivando! Só confio na sua capacidade de fazer ainda melhor. Pense dessa forma." Enquanto isso, Anastasia fazia o próprio cartão, para ninguém em específico. Gostava de utilizar as canetas com glitter, que a filha de Afrodite continha em um nível quase assustador. Sempre apreciou presentar os amigos ou namorados com gestos voltados a presentes e palavras de afirmação, o que era bem previsível para alguém como ela. "E eu não te obriguei, seu mentiroso. Você está de algemas aqui? Estou te amarrando de alguma forma?" Era verdade que a semideusa sabia ser bem convincente quando queria, o que incluía pesquisar os olhos brilhantes em direção ao outro e pedir por favor com a voz mais doce já vista. Em momentos como aquele, agradecia as características que a mãe lhe ofereceu, já que não era sequer necessário utilizar o poder de mudar as emoções alheias. "Duvido muito disso. Tenho certeza que a pessoa entenderia que você fez algo para ela, ao invés de comprar um pronto. Você subestima um gesto feito de coração, Ian, mas, acima de tudo, subestima minha capacidade em ser uma professora muito boa." Uma risada escapou dela, cheia de convencimento. Era instrutora de espada, no final das contas, então sabia lidar com alunos birrentos que acreditavam que o mundo estava conspirando contra eles. Deu de ombros com a ofensa alheia, não fazendo questão de contradizer o que falava a respeito dela, já que sabia que a personalidade de Anastasia poderia ser difícil quando queria. Para a semideusa, esse era um dos seus charmes. "Eu não preciso ter uma personalidade incrível para conseguir o que eu quero. Cinco segundos dando em cima de qualquer um, independente da sexualidade, e a pessoa já está na minha mão." A honestidade dela transbordava das palavras. Mesmo que soubesse que fosse uma visão superficial, era a verdade: a grande maioria de todos eram superficiais e não cabia ela negar o óbvio. "As pessoas fazem qualquer coisa pela atenção de uma pessoa bonita." Cruzou os braços contra o peito, olhando para ele em expectativa, esperando que percebesse que era necessário fazer mais um cartão. "Então, quer tentar de novo ou vai ficar fazendo birra?"
Ian ergueu as mãos para o ar, largando o cartão recém terminado no chão, sem saber o que tinha feito de errado dessa vez. "O que foi agora?" O questionamento era genuíno, visto que ao seu ver, o cartão feito por ele seguia todos os passos que ela havia dito, salvo alguns toque pessoais acrescentados pelo filho de Zeus. "É claro que eu nunca te escuto, eu não costumo fazer essas coisas, estranho seria eu ter ouvido." Ele esticou os braços de modo a apontar para o cartão. "Isso é o melhor que uma pessoa que nunca fez nada de artesanato na vida consegue, e você tá sendo uma professora péssima desmotivando o aluno que você OBRIGOU" a palavra foi pronunciada com uma ênfase maior do que o restante da fala "a estar aqui." Terminou sua defesa cruzando os braços em frente ao corpo enquanto observava as modificações feitas por ela, tentado esconder o olhar entediado que a própria parecia impulsiona-lo a dar. "A minha letra é péssima, se eu escrevesse alguma coisa assim em um cartão como esse, quem recebesse ia ter a impressão de estar sendo ofendido." Disse com extrema sinceridade. Sua caligrafia era realmente péssima mas seus desenhos não, e essa era uma informação que ele seguiria guardando a sete chaves; com todo aquele papel e cartolina coloridas, glitter e canetas de cores diferentes, ela era poderosa demais. Ergueu as sobrancelhas enquanto a ouvia, mas logo seu rosto assumiu uma expressão confusa. "Porra de namoradinho, Anastácia. Já te falei que a letra que representa minha sexualidade não está naquela sigla." Estreitou os olhos na direção dela e os revirou em seguida. Aproveitou que uma cartolina enrolada estava por perto e a pegou, batendo com o papela na cabeça da mulher. "Quem que tem personalidade chata aqui? Minha personalidade é incrível, você que é chata."
Ouviu as palavras de Kitty com um misto de gratidão e desconforto. Os ferimentos, espalhados em seu corpo, eram uma consequência da coragem que tivera, impulsionada pela bebida. Estava levemente sonolenta em decorrência da quantidade de poção, o que fazia com que as sombras, mesmo presentes, não incomodassem ela como costumavam fazer. Quase apreciava a presença da outra, independente dos sentimentos conflitantes a respeito dela. Poderia culpá-la quanto quisesse, mas sabia que tinha sido sua escolha entrar na frente dela. Olhou para Kitty com uma expressão cansada, os olhos refletindo uma tristeza que não era apenas física. O corpo parecia cada vez mais pesado, mas um suspiro escapou dela. Talvez precisasse descansar ainda mais em breve. "Eu imagino. Não são todos os dias que somos atingidos por estrelas. Para ser sincera, sequer lembro quando isso aconteceu." A memória andava confusa, o que fazia também com que os filhos de Apolo ficassem ainda mais preocupados com o estado de Anastasia. O corpo permanecia cheio de bandagens, que a faziam ficar parada, algo que odiava. Queria sentir novamente o peso da espada e ensinar os campistas mais novos a empunhá-la mais facilmente. "Por que você se importaria?" Rebateu quase automaticamente, mas permaneceu em silêncio conforme escutava ela falar. Sabia que não era a melhor das pessoas com a outra, permanecendo constantemente em um estado de defensiva perto da semideusa. Talvez fosse aquele o momento de mudar aquilo e tentar entendê-la como não tinha feito anteriormente. E, mesmo que não fosse confessar em voz alta, até mesmo ansiava saber aquilo. Queria saber o porquê aquela mente era encoberta de poeira e sombras, o que tornava ela tão especial que não conseguisse adentrar ainda mais. "Eu... Entendo. De nada." As palavras soaram hesitantes, quase estranhas nos lábios, de uma forma até mesmo nervosa. Não costumava ficar daquele jeito durante conversas, sendo a que causava aquele efeito, mas culpava mais os ferimentos daquela reação, mesmo que soubesse que não era verdade. "Então, do que estávamos falando do baile mesmo antes de todo o caos mesmo?" Tentou puxar nas lembranças, porém eram mais um borrão que formas definidas. A destra, já curada, foi até a testa, coçando suavemente. Lembrava-se que desejava respondê-la do questionamento que tinha feito.
"É difícil." Respondeu, breve e seca, suspirando para tentar conter um soluço que ameaçava irromper pela garganta. Já tinha chorado demais por Flynn e tinha decidido a não derramar mais tantas lágrimas; não durante o dia, pelo menos, enquanto tentava ser uma pessoa funcional. Era conselheira de chalé. Tinha seus treinos para fazer e poções para tomar também, além de cuidar dos irmãos e verificar os amigos. "Doeu. Também foi esquisito. Nunca pensei em ser atingida por uma estrela. Mesmo para os padrões dos semideuses, parece algo estranho." Comentou, pensando que jamais olharia as estrelas de outra forma. Sempre olharia para o céu, temendo que uma estrela caísse em sua cabeça de novo. No entanto, naquele momento estava de dia e Kitty estava na enfermaria, meio sem graça ao lado de Anastasia, sem saber exatamente o que fazer ou como agradecer. "Por que você acha que não me importaria?" Indagou, virando-se para ela, um tanto na defensiva. A visão dos curativos, no entanto, rompia os muros erguidos e a levava novamente ao estágio de vulnerabilidade. "Você foi muito legal comigo. Além disso, me salvou. Você me mandou correr e por causa disso eu pude sair e ajudar outras pessoas. É muito valente. Por isso me importo com você também." Decidiu falar, honesta em suas palavras, sem conseguir olhar diretamente para Anastasia. Por muito tempo tinha apenas repelido a filha de Afrodite, replicando o comportamento que a própria parecia ter. Sempre houve algo estranho no ar, mas até aquele momento, Kitty nunca quis investigar de maneira mais profunda. "Obrigada, Anastasia."