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7 months ago

NÃO HÁ LUGAR COMO O LAR - PERCY/NICO AU COLEGIAL - CAPÍTULO XXIX

Oii, como vai? Mais um capítulo!

Eu já disse por aqui que o Percy não é uma pessoa tão boa assim? Pois é, o Nico também não. Mantenham isso em mente para os capítulos futuros.

Sem nenhuma revisão.

Boa leitura!

Capítulos anteriores: CAPÍTULO I / CAPÍTULO II / CAPÍTULO III / CAPÍTULO IV / CAPÍTULO V / CAPÍTULO VI / CAPÍTULO VII / CAPÍTULO VIII / CAPÍTULO IX / CAPÍTULO X / CAPÍTULO XI / CAPÍTULO XII / CAPÍTULO XIII / CAPÍTULO XIV / CAPÍTULO XV / CAPÍTULO XVI / CAPÍTULO XVII / CAPÍTULO XVIII / CAPÍTULO XIX / CAPÍTULO XX / CAPÍTULO XXI / CAPÍTULO XXII / CAPÍTULO XXIII / CAPÍTULO XXIV / CAPÍTULO XXV / CAPÍTULO XXVI / CAPÍTULO XXVII /CAPÍTULO XXVIII

— Depois. Eu prometo. — Percy disse, se afastando a lentos passos em direção a porta. — Não se divirta muito sem mim.

Nico não pretendia. Desde que tinha voltado da Itália raramente se divertia se Percy não estivesse por perto. Os amigos que ainda tinha por ali insistiam em dizer como Percy era o pior dos vilões e os que não diziam nada, se mantinham distantes, hesitantes e medrosos apenas com o pensamento do que Percy poderia fazer com eles.

Não era ridículo? Nico tão pouco estava interessado neles. Ele admitia sentia falta de seus amigos em Veneza, sua família, o sol escaldante, as construções centenárias e o ar limpo. Mas ele sentiria muito mais a falta de Percy, e se ficar longe de cidade natal fosse necessário, era o que faria.

A porta finalmente se fechou as suas costas, permitindo que ele voltasse a olhar para seu reflexo no espelho. Isso era outra coisa que admitia, gostava de ver aquela coleira em volta de seu pescoço; Nico podia se ver no futuro a usando sem pudor. Via ele e Percy numa grande casa no campo, o sol batendo em sua pele enquanto ele se ajoelhava, descansando a cabeça no colo de Percy, os dedos longos o acariciando como se ele fosse um animalzinho de colo. Ser um submisso não era o que ele tinha imaginado, a dor era passageira, mal se registrando em seu cérebro, e o prazer durava horas, dias se ele se permitisse. Era estranho, e as vezes, parecia errado se colocar nessas situações, deixar ser usado como Percy bem entendesse. Os olhares de pena era o que realmente o incomodava, como se a qualquer instante seus “amigos” se ofereceriam para ajudá-lo. Belos amigos esses que quando ele mais precisou, pouco ofereceram um mínimo de conforto.

Esse era o único motivo dele ter voltado, além dos ciúmes que o corroeu ao ver Annabeth e Percy tão juntos nas redes sociais. Nico não precisava passar por toda essa tortura mais uma vez, ver Annabeth pelos corredores ou as mesmas pessoas que tentaram abusar dele mais de seis anos atras. O que restava a Nico era respirar fundo e superar seu trauma, ou melhor, ignorá-los até que eles não tivessem importância. Porque, isso aqui, a coleira em volta de seu pescoço era a prova que no fim tudo valeria a pena. De alguma forma, o peso que alguns dias atras o sufocava, agora o mantinha preso na realidade; era uma promessa, um juramento que no fim tudo daria certo se ele aguentasse mais um pouco, só mais um pouco, e, então, ele poderia se libertar de tudo o que o puxava para baixo.

Bem, no fim, Percy tinha razão. Era melhor ele descansar um pouco, sair no estado em que estava apenas geraria mais preocupação e conselhos que ele não havia pedido. Se sentindo exausto, Nico ignorou o telefone que apitava, indicando que uma nova mensagem havia chegado, e se deixou cair na cama. Se arrastou até seu travesseiro, se cobriu com o edredom e fechou os olhos. Dez minutos bastariam. Talvez trinta.

***

Quando Percy voltou para casa foi direito para seu quarto, onde sabia que Nico estaria. Ele podia incentivar Nico a sair com os amigos, se divertir e ser independente, mas no fundo, gostava das coisas do jeito que elas eram; Nico sempre em casa, sempre esperando por ele feito um garoto bem-corportado deveria. E mesmo sabendo que Nico estaria na cama, ignorando mais uma vez os amigos, Percy subiu as escadas de dois em dois degraus e empurrou a porta lentamente. Como ele imaginava, lá estava seu bebê, coberto com o edredom até a cintura, dormindo pacificamente, feito um anjinho, o seu anjinho, sempre muito obediente.

Ao invés de entrar e trocar de roupa, Percy voltou a encostar a porta, deixando que Nico dormisse por mais alguns minutos. Desceu as escadas e entrou na cozinha, encontrando mãe por lá, a ajudando a guardar a cesta de legumes que haviam ganhado do fornecedor.

— Onde está Nico? Estou louca para testar aquele guisado.

— Ele está dormindo.

Esse era o momento em que Percy esperava que as reclamações chegassem, mas elas nunca chegaram.

Sally se virou para ele, andou em sua direção, e segurou em seus ombros, sorrindo docemente.

— Estou tão orgulhosa. Nico tem estado bem menos cansado e feliz. — Então, Sally endireitou a coluna e colocou as mãos na própria cintura. — Ainda não gosto de ver vocês fazendo essas coisas por trás das minhas costas, mas até funcionando.

— Por isso que você não pega mais no meu pé?

— Você está fazendo um bom trabalho. Continue fazendo isso, hm? Assim eu não vou precisar.

— Ei! Quem é seu filho aqui?

— Querido, eu te conheço. — Sally sorriu mais uma vez e deu as costas para ele, terminando de guardar os legumes, pegando outras coisas como começar o guisado.

Percy apenas sorri, dando de ombros. A verdade é que ele não estava fazendo nada demais. Era Nico quem ela deveria elogiar. De fato, Percy sentia que não estava fazendo nada de especial e que talvez eles fizessem bem um para o outro. Bem, Percy planejava fazer isso mesmo que Nico nunca mais quisesse ter sexo com ele. 

***

Quando Nico acorda o céu ainda está claro, o sol brilhando mais forte com o calor do meio-dia. Porém, o sentimento de desespero havia sumido e em seu lugar, o contentamento surgiu. Ele não abriu os olhos imediatamente, sentindo o calor aquecer seu rosto e dedos gentis percorrerem seu coro cabeludo, o fazendo suspirar.

Era Percy que o acordava. Nico reconheceria aquele perfume em qualquer lugar, a forma que Percy o tocava, a voz aveludada chamando por seu nome, o fazendo sentir ainda estar dormindo, sonhando com a casa de sua nona, onde ele e Percy estavam nas plantações de morangos, andando calmamente pelas longas fileiras de frutos, o sol batendo em seu rosto.

— Está se sentindo melhor?

Nico mal podia lembrar porque tinha estado tão triste. Então, apenas acenou. Saiu debaixo das cobertas e se engatinhou até alcançar Percy que estava sentado na cama. Sentou no colo de Percy e o envolveu com as pernas para logo em seguida abraça-lo pele pescoço, o beijando devagar, selando seus lábios juntos suavemente.

— Hmm... meu bebê quer brincar?

— Não sei.

— Você ainda está usando a coleira.

— Oh.

Era verdade, Nico não tinha percebido. No final das contas, ela nem era tão pesada assim. Embora não parecesse certo estar a usando nesse momento.

— Tira pra mim?

Ali estava, a decepção no rosto de Percy. Ele tentou esconder, é claro, por trás de um sorriso inocente. Como de costume, ignorar certas coisas até que o momento certo chegasse, sempre era o melhor a se fazer.

Sem pressa, Percy segurou em seu pescoço, e desafivelou o fecho, percorrendo os dedos por sua pele, parecendo se despedir do couro e dando boas-vindas a pele agora descoberta, colocando um beijinho entre a gargantilha que estava por debaixo da coleira e o vão entre sua clavícula.

— Tão lindo. Mal posso esperar para te ver num terno branco. Você vai usar a coleira pra mim? Vai colocar algo bonito por debaixo, hm?

Nico sentiu seu rosto esquentar imediatamente, sabendo que Percy o encarava bem de perto. Ele não tinha pensado sobre isso. Esse seria o momento onde eles verdadeiramente se tornariam submisso e dominador? Onde ele se ajoelharia aos pés de Percy e permaneceria dessa forma pelo resto de suas vidas? Nico sabia que tecnicamente nada mudaria, mas, então, por que parecia que eles estavam prestes a dar um grande passo na relação deles?

Ele teve que levantar a cabeça e encarar Percy como raramente fazia, vendo os olhos verdes brilhando com algo que Nico preferia não examinar profundamente, o sorriso ainda encaixado nos lábios bonitos, mostrando dentes brancos e perfeitos. O que fez Nico se perguntar, será que ele sabia no que estava se metendo?

— É isso o que vai acontecer quando a gente se casar? Eu pensei que era apenas uma fantasia.

— Pode ser o que a gente quiser.

Mas tudo o que Nico podia ouvir era “Vai ser o que eu quiser que seja”. E, estranhamente, esse pensamento não o assustou; não era como ele fosse se tornar um escravo sexual e ser jogado numa masmorra escura onde o sol nunca pudesse alcançá-lo.

— E se eu não quiser? — Nico enfim perguntou, tirando aquilo do peito.

Nico observou Percy continuar a olhar para ele, como se Percy não tivesse nenhuma dúvida no mundo, vendo um sorriso muito mais sincero aparecer.

— Então, a gente não faz.

— Certo.

— Mas... você não tem curiosidade para saber como seria?

— Não tenho certeza.

Nico desviou o olhar, fingindo pensar sobre o assunto. Era claro que ele tinha curiosidade. Quando ele pensava que Percy não podia o surpreender mais, uma nova avalanche de emoções o pegava desprevenido. Sentia que passaria o resto da vida sendo surpreendido, se afogando em um mar de prazer ao lado de Percy.

— Hm. — Foi tudo o que Percy disse antes de se levantar e levar a coleira com ele. Percy anda até o guarda roupa, leva a caixa preta junto e a guarda lá dentro, fechando o armário com um movimento final. — Parece que a brincadeira vai ter que ficar para outro momento.

De qualquer forma, assim era melhor. Desse jeito ninguém cairia na tentação de fazer algo além do que ambos estavam dispostos a enfrentar.

***

Percy se sentia estranhamente leve e despreocupado naquela manhã. Como era de costume, estavam todos sentados á mesa para tomar o café da manhã. Ele e Nico entraram na cozinha de mãos dadas e se sentaram em silêncio, um do lado do outro, se movendo e sincronia, ouvindo Grover e Tyson discutirem sobre algo sem importância, enquanto Sally tentava fazê-los se comportarem. O bom de viver no meio do caos era que seus pratos já estavam na mesa com um copo de suco e outro de café para cada um deles.

Ele admitia que não estava prestando atenção no que eles falavam, pois, agora, entendia porque Nico gostava tanto de ficar perdido no próprio mundinho. Não o entendam errado, Percy amava sua família, faria qualquer coisa por eles num estalar de dedos, mas, as vezes, tudo o que ele queria era um momento paz e silencio; mal podia esperar para se casar com Nico e ter um lugar só para eles.

— Per? Você não vai comer?

— Hoje não. — Respondeu sem prestar atenção, voltando a segurar na mão de Nico. Isso o fez olhar para seu bebê que o encarava com curiosidade, um sorriso discreto nos lábios, seus olhos brilhando com diversão. — Tudo bem.

Percy se espreguiçou, tomou um gole de seu café e pegou um croissant: — Satisfeito?

Ele não esperou pela resposta de Nico. Ajudou Nico a descer da cadeira, o puxou para fora da cozinha, e foi atras de suas bolças as encontrando onde Percy as havia deixado; na entrada da porta da frente, junto com a bolsa de sua mãe e as chaves dos carros. A viagem de carro até o colégio foi mais silenciosa e calma ainda, o fazendo sentir que hoje nada poderia perturbá-lo. O que mais Percy poderia querer naquele mundo além da companhia de Nico? Um beijo de bom dia? A mão de Nico sob a sua? A certeza de um futuro juntos? Percy já tinha tudo isso. Então, por mais que houvesse obstáculos, não havia motivo para preocupações.

Foi assim que Percy saiu do carro e abriu a porta para Nico, envolvendo sua cintura. Eles entraram no colégio e ignoraram os olhares, Percy se concentrando em Nico, vendo o rosto de seu bebê esquentar quanto mais ele olhava.

— O que deu em você hoje? — Nico enfim disse, permitindo a Percy ouvir sua voz pela primeira vez naquele dia. Uma voz baixa e rouca ainda do sono, acariciando seus sentidos.

Percy não diz nada, apenas leva sua mão ao rosto de Nico e fez um carinho ali, vendo os olhos de Nico se fecharem em prazer, vendo o sorriso de Nico voltar com tudo, quase o cegando, contente. Então, Nico inclina a cabeça em direção a Percy e seus lábios se encontram, mas é apenas isso, um selinho, um gesto de afeto. Os olhos de Nico voltam a se abrir e assim eles ficam, parados no meio do corredor, abraçados, como se somente eles existissem.

Percy sentia como se estivessem conversando através desses olhares e sorrisos. O melhor era que ele entendia cada palavra. 

— Você é um bobo. — Nico diz. Percy concorda.

Mas, então, eles ouvem o sinal tocar. Era hora de voltar a realidade. Percy e Nico são obrigados a voltar a andar, seguindo em direção a seus armários, na verdade, em direção ao armário de Percy por seu o maior entre ambos; Nico tinha deixado de usar o seu há anos atras, mesmo antes de ir para a Itália. A maioria de suas aulas eram as mesmas, então, eles dividiam os livros, os professores há tempo tinham desistido de separá-los. De fato, suas notas estavam tão boas que os professores não tinham motivos para separá-los; e Percy tinha certeza, nunca esteve tão pronto em sua vida. Era a influência de Nico, o fazendo estudar sem nem perceber. 

Infelizmente, chegando lá, sua bolha de contentamento foi quebrada.

— Ora, ora. Vejam quem temos aqui? O casal de ouro?

Percy bufou, prestes a dar meia volta e aparecer na aula sem seus livros, quando Nico segurou em seu braço. Com apenas um olha de Nico ele entendeu tudo. Certo. Eles iriam pegar seus livros e cadernos, e iria para aula, como o esperado. Percy tomou a frente. Andou o resto da distância até o armário quatorze, pegou o que tinha que pegar e o fechou, batendo a porta com força que o necessário.

— Hmm... parece que alguém está tenso. Eu conheço uma forma de te relaxar. Porque a gente não se encontra mais tarde?

Isso era demais para Percy. Ele levantou a cabeça e encarou aqueles olhos cinzas e frios, respirou fundo e abriu a boca quando sentiu mãos gentis segurarem em seu braço. Nico o encarava de bem perto, seus olhos negros furiosos o dizendo mais do que suas palavras poderiam. Annabeth não merecia nem mesmo seu nojo e desprezo. Ótimo, Percy faria o que Nico estava pedindo.

Percy não voltou a olhar para ela, decidindo por beijar o rosto de Nico, tentando acalmá-lo, e o abraçou pelos ombros o levando para longe. Logo Annabeth seria apenas a lembrança de uma garota invejosa e inconveniente.

Eles entraram em sua primeira aula do dia, colocaram seus cadernos e livros sob a mesa e se sentaram. Logo as provas começariam.

Ahhh finalmente estamos chegando no fim! Espero que vocês estejam gostando. Comentários são sempre bem-vindos. Até a próxima. Provavelmente ainda essa semana.


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5 months ago

AMOR DE BABÁ - Nico!Babá, Percy!Professor - Capítulo I

Olá, sejam bem-vindos a nossa história.

Quando comecei a escrever essa história, planejava fazer algo simples e que me permitisse explorar uma fantasia que eu sempre tive, o professor e o aprendiz, aproveitei para jogar no meio alguns tropes, como babá, found family, namorados abusivos, parentes mais abusivos ainda e uma dinâmica D/s discreta.

Sinto que seria interessante dar alguns avisos logo no começo. Nessa história não haverá sexo entre menores de idade, embora tenha certo desiquilíbrio mental devido à idade deles, e também desiquilíbrio socioeconômico, mas que com o tempo vai desaparecer completamente. No momento tenho pronto umas 100 mil palavras, com a promessa de dobrar esse valor. Pelo menos 150 mil a gente chega.

Se você quiser saber mais detalhes, veja aqui no índice da história. Espero que vocês possam me acompanhar nessa jornada.

AMOR DE BABÁ - Nico!Babá, Percy!Professor - Capítulo I

Aquele não era um dos melhores dias na vida de Nico. De fato, não era a melhor semana, mês ou ano.

— Nico. — O gerente do lugar onde trabalhava disse assim que o viu se aproximar da porta de entrada. 

Esse era o momento que Nico mais temia a cada manhã desde que começou a trabalhar naquele lugar. 

Andrew McMillan se aproximou dele a passos despreocupados e parou em sua frente, o cumprimentando todo feliz e animado. O gerente tinha o cabelo penteado para trás, pele alva e olhos negros que sempre reviravam seu estômago. Nico não poderia dizer que o homem era feio, porque de fato, ele era um dos homens mais bonitos que já tinha visto. Mas tinha algo nele, algo por detrás daqueles olhos escuros e calculistas, que o fazia repensar cada palavra que saia da boca daquele homem, buscando o duplo sentido que sempre vinha, cedo ou tarde.

O gerente o olhou de cima a baixo, vitorioso, o fitando com maldade, olhos esses que faiscavam a cada segundo que se passava, em que nenhum dos dois dizia nada.

“É, era hoje”, Nico pensou. 

Seus ombros caíram e ele suspirou, conformado com seu destino. Andrew pareceu ficar ainda mais feliz enquanto anotava algo em sua prancheta. 

Sorrindo mais aberto ainda para ele, Andrew voltou a examinar Nico como se ele fosse um espécime misterioso, o apreciando daquela forma que fazia Nico se sentir desconfortável, algo que somente esse gerente conseguiu fazer em seus poucos anos de vida. E mesmo que fosse uma máscara, Nico não deixaria Andrew saber como esses olhares o faziam querer vomitar, como sua ansiedade aumentava conforme eles continuavam parados no meio da calçada, principalmente por saber que ninguém viria em seu socorro.

Isso só poderia significar uma coisa. 

— Senhor, posso explicar tudo. Eu--

— O ônibus atrasou? Ficou preso no trânsito? — Andrew balançou a cabeça, fingindo pesar e tocou em seu ombro, fazendo Nico paralisar em repulsa, sentindo um medo que ele não sabia de onde vinha. — Dessa vez, não há nada que eu possa fazer por você.

— Por favor, eu preciso desse emprego! 

— Estou do seu lado, você sabe disso, Nico. Mas regras são regras. Essa já é a quinta vez esse mês. 

— Não tem nada que você possa fazer? 

 Nico se arrependeu de perguntar assim que as palavras saíram de sua boca. 

— Talvez haja, mas não sei… — Andrew cruzou os braços e se aproximou de Nico, como se fosse contar um segredo a ele. — Isso requer um sacrifício. Você está disposto a isso? 

— Ah. — Nico murmurou, dando um passo para trás. 

Não era a primeira vez que Andrew falava uma coisa dessas. A questão é que Nico nunca havia levado a sério nenhuma dessas… sugestões, mas agora que ele estava ali, não sabia se iria querer continuar em lugar como aquele, mesmo que pudesse ou precisasse muito. 

— Sinto muito, Nico. — Andrew disse, sua voz soando piedosa e gentil, para logo em seguida acrescentar: — Não podemos nos esquecer de passar no RH, certo?

Nico não sabia o que tinha mudado naquela manhã. Ele tinha acordado cedo, tomando banho, pegado sua mochila do encosto da porta de seu quarto e andado pelos corredores de sua casa, silenciosamente para não acordar ninguém. Tinha pegado o ônibus lotado no mesmo horário e enfrentado uma hora de viagem até chegar ao seu emprego atual, um restaurante que dizia ser gourmet, mas que, na verdade, era uma imitação híbrida desses restaurantes de comida rápida; hambúrgueres, sanduíches, milkshakes e pizzas de todos os sabores. E como em todos os outros dias, ele havia descido do ônibus bem em cima da hora e corrido para o digníssimo estabelecimento em que trabalhava. 

É claro que seu gerente o esperava na entrada, como todos os outros dias. Ele tinha espiado para dentro do lugar e viu que eles já haviam aberto todas as portas, limpando as mesas e colocado as cadeiras nos lugares, podendo ouvir o barulho das pessoas já trabalhando em seus postos. 

Assim, meio confuso, porém, aceitando seu destino, Nico seguiu Andrew pelo restaurante naquela estranha caminhada da vergonha. Não seria a primeira vez que algo assim aconteceria, o rodízio de trabalhadores sendo bem grande por ali. Ainda assim, a maioria das pessoas o olharam com sorrisinhos tão maldosos quanto o de Andrew, e os outros, que o encaravam com uma pena sincera, ele sentiria falta. Tirando isso, todo o resto podia se explodir se dependesse dele. 

Nico levantou a cabeça, segurou firme em sua bolsa e foi para os fundos do restaurante onde ficava a contabilidade. Ele podia estar indo embora, mas Andrew se arrependeria por abusar de seu poder.

***

— Cara, eu não acredito que você fez isso! Meu pequeno herói. — Will disse, abrindo um sorriso enorme.

Nico não sabia por quanto tempo aguentaria isso. 

Will olhou para ele de cima a baixo e o abraçou bem forte depois de apertar suas bochechas até que elas adormeceram de tão doloridas, o jeito do namorado se tornando tão energético que Nico pensou que elas fossem se distender e cair no chão, flácidas. Um beijo veio em seguida, doce e suave em seu rosto, outro no queixo, descendo devagar com aquelas pequenas bitoquinhas que só serviam para deixá-lo mais irritado.

— Will, para com isso! E eu não sou pequeno. Como um metro e setenta e nove pode ser pequeno?

Nico fechou os olhos por um momento e inspirou profundamente, ele apenas precisava respirar. 

Geralmente não se importaria de Will estar tão perto, até gostava quando Will lhe tocava daquela maneira um pouco sexual demais, porém, nada que ultrapasse o que ele se sentia confortável em fazer. Hoje não era um desses dias; hoje essas carícias suaves o sufocavam, lhe fazendo sentir preso dentro de uma caixa que não havia escapatória ou buracos onde o ar pudesse entrar. Will o asfixiava, o estrangulando naquele cuidado que o namorado insistia em oferecer quando Nico não havia pedido por isso.

Ele respirou fundo e desviou dos lábios de Will, o empurrando pelo ombro. Deu uma mochilada em Will, seguido de um soco no ombro do namorado. Sim, Will, seu namorado corpulento e idiota apenas riu, o rosto quadrado e gentil lhe irritando um pouco mais a cada segundo. Se não bastasse ter passado duas horas na delegacia e ser questionado como se fosse ele quem tivesse cometido o crime, teve que ficar uma hora extra no escritório do RH negando os “bônus” e “benefícios” em troca de “confidencialidade”. Um tempo depois, quando foi liberado do interrogatório, Sr. Jones, dono daquela franquia, fez de tudo para que ele não prestasse queixa, ainda mais quando viu que as câmeras que ficavam na porta do restaurante haviam gravado tudo em áudio e vídeo, tendo provas suficientes para acusar o gerente de abuso de poder e assédio sexual.

Sinceramente? Nico sabia que não daria em nada e que o processo demoraria para ser julgado e, ao mesmo tempo, sabia que tinha que fazer aquilo; todas aquelas tardes tendo que ouvir as piadinhas que, no fundo, eram sinceras demais, precisavam ser denunciadas. Sem perder tempo e se sentindo muito vingado, Nico fez a única coisa que podia, pegou o celular e fez a denúncia. Logo viaturas bloquearam a frente do estabelecimento e os empregados foram dispensados, enquanto que o Sr. Jones e companhia foram processados por danos morais e abuso de poder. Agora, se ele ganharia o caso era algo a se ver no futuro quando a decisão judicial fosse tomada. 

O problema real apareceu quando Nico foi solto do interrogatório. Sem dinheiro para o almoço e com a passagem do ônibus contada, decidiu que continuar com seu dia como se nada tivesse acontecido era a melhor das táticas. Se arrastando pelas ruas ao sair da delegacia, Nico caminhou as poucas quadras se forçando a visitar Will no centro comunitário, exatamente como ele sempre fazia naquela hora do dia; Nico se encontraria com Will na hora do almoço, o único momento onde Will estava livre para falar com ele e depois iria para casa procurar por outro emprego até que tivesse o suficiente para pagar os custos da faculdade.

Nico virou a esquina e continuou seu caminho, distraído e tão chateado pelas últimas horas que mal percebeu o que acontecia. Quando viu, mãos lhe puxaram pelas costas e o arrastaram para um beco ali perto enquanto alguém o prensava contra a parede e uma boca se colocava sobre a dele sem sua permissão. E de tão aflito só percebeu que era Will quando deu um soco no estômago dele e um chute bem-dado em sua virilha.

— Will Solace! — Nico arfou surpreso, irritado, enfurecido. Embora Nico admitisse que estava um pouco traumatizado com toda aquela experiência, aquele não era o momento ou o lugar certo para fazer esse tipo de coisa. Também admitia que não estava no seu melhor momento, Nico poderia matar alguém se lhe dessem a motivação certa.

Will não pareceu ligar para o que ele falava. Gemendo ofegante, Will se aproximou de Nico e o segurou pela cintura, falando: — Isso não se faz com um homem, baixinho.

Então, dessa vez, se sentindo culpado e um pouco temeroso pelo que Will poderia fazer, ou pior, temendo que Will dissesse algo para seu pai, Nico deixou que Will continuasse. Will o levantou um pouco do chão e ele automaticamente enrolou os braços e pernas ao redor de Will. 

Will… ele… Will não gostava de ser contrariado, sabe? Se as coisas não saíssem exatamente como Will queria, algo podia explodir ou ser lançado pelos ares. Nico preferia evitar esse tipo de discussão. Ou outros tipos de reações. Não seria a primeira vez que eles brigariam pela ausência de sexo ou pela ausência de Nico no geral. Ele não estava pronto e Will estava. Ele não queria se casar e Will já tinha comprado as alianças. Nico definitivamente não queria morar junto com ele enquanto Will tinha comprado uma casa com direito a berçário e tudo mais o que eles poderiam precisar na visão deturpada de Will. Nico nem sabia se queria esse tipo de responsabilidade, mas, ainda assim, esse era ele fazendo uma forcinha pelos pais e por todos os outros que pensavam que logo o casório aconteceria. E talvez… só talvez… não fosse tão ruim assim ter um namorado bonito e gostoso que estava disposto a ficar com alguém tão chato e… antiquado feito ele. Apesar de saber dos erros de Will, ignorando as pessoas que Will ficava por trás de suas costas, ele não se importava contanto que todos continuassem satisfeitos.

Nico ficava se perguntando… quem é que namorava por três anos e não queria fazer sexo? Ou não se importava com traições?

Ele não conseguia explicar, havia algo nisso tudo… algo entre eles que não parecia… certo. Quer dizer, o problema deveria ser ele, não? Will lhe traía porque Nico não conseguia dar aquele último passo, não importava quantas vezes Will tentasse; Nico sempre desistia no momento final. Apenas parecia… errado, como se Nico estivesse prestes a cometer o maior erro de sua vida.

Nico sentiu um arrepio estranho e incômodo subir por sua coluna quando Will o segurou com mais força do que o costume e o puxou firme pelos cabelos, sussurrando em seu ouvido:

— Senti tanto a sua falta, baixinho. Onde você esteve que não atendeu o celular?

Ah, talvez ele não estivesse tão desconfortável assim… quer dizer, Will era sempre gentil demais, sabe? Tão cuidadoso, e esse cuidado todo fazia com que Nico se sentisse um fraco, como se ele fosse quebrar em mil pedaços a qualquer momento, e Nico não gostava disso nenhum pouco. Mas quando Will perdia o controle? O tocando com força e com vontade, sem medo de lhe machucar como se, na verdade, ele quisesse o ferir, mas só um pouquinho, apenas para deixar uma marca nele, exatamente como Will fazia agora…? Era outra história. Era nessas horas que Nico diria sim se Will lhe pedisse. O fato era que se Will tinha que se forçar a ser bonzinho para tratá-lo bem… Nico não queria viver com alguém que no fundo fingia ser algo que não era. Não importava o motivo.

— Você está me escutando? — Nico ouviu novamente uma voz suave ao pé de seu ouvido. Ele se sentiu arrepiar e desistiu de tentar raciocinar.

Nico queria dizer que não fez de propósito. Ele queria ter respondido à mensagem e as ligações de Will e mesmo que ele quisesse ter contado tudo o que tinha acontecido imediatamente, não teria conseguido, estava no meio de um interrogatório policial; não que a resposta para isso parecesse ser importante no momento, não para Will. Ele voltou a beijar Nico como se esse fosse o único objetivo de sua vida e todo o ar ou pensamentos fugiram para fora da cabeça de ambos.

Aquilo… aquilo era tão errado, bem no meio da rua onde qualquer um que passasse poderia vê-los… Nico se remexeu e tentou falar, sentindo o ar abandonar seu corpo, desconfortável por outra razão. Bem, talvez ele tenha gemido baixinho, Nico não saberia dizer, tentado se afastar de Will só para ser puxado de volta contra sua vontade.

— Qual é o problema? — Will disse entre suspiros e mordiscadas, a língua dele voltando para dentro da boca de Nico, massageando a sua e se movendo daquela forma que Nico mais gostava, o fazendo relaxar mais um pouco, apenas o suficiente para Will abaixar o zíper das suas calças.

E de novo, ele não tinha o direito de escolha. Will enfiou os dedos dentro da cueca de Nico, o fazendo arfar. Entretanto, esse foi o momento onde Nico ouviu algo, um som estridente que o fez abrir os olhos e perceber o que estavam fazendo. Nico então desviou a boca dos lábios de Will, o empurrou pelos ombros e colocou as pernas no chão enquanto fechava o zíper das próprias calças, procurando pelo celular que tocava. Ele definitivamente deveria ter ido para casa em vez de ir até ali há duas quadras do centro comunitário onde crianças e adolescentes vinham em busca de ajuda.

Bem, costumes eram difíceis de serem quebrados.

Nico enfim se abaixou, abriu o zíper da mochila e encontrou o maldito celular que estava no fundo de um bolso estreito.

— Nico Di Ângelo? Temos uma vaga para você. — Alguém falou imediatamente, mal lhe deixando atender a ligação.

Era Caren da agência de empregos, sua voz seca e mal-humorada podia ser reconhecida em qualquer lugar. Mal-educada e rude, soava aguda a seus ouvidos.

— Claro. Sobre o que seria?

— Cuidar de duas crianças durante o dia. Com horas extras e direitos trabalhistas.

Com toda certeza seria melhor do que o último emprego. Nisso Nico podia confiar.

— Pra quando?

— Amanhã às 7h.

— Tudo bem. Devo usar uniforme?

— Não, apenas apareça no horário.

Assim, o telefone foi desligado na cara dele e Will que estava a seu lado encostado na parede riu, o tocando no rosto e lhe beijando agora suavemente.

— Parece que nossa diversão acabou.

— Você não viu nada. Sabe o que aconteceu hoje? — Will levantou as sobrancelhas e se inclinou em direção a Nico, curioso, o que lhe deixou muito aliviado. Ele amava Will, mas não estava no clima para beijo nenhum.

Então, o que vocês acharam? Desinteressante? Devo excluir essas cenas?


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7 months ago

NÃO HÁ LUGAR COMO O LAR - PERCY/NICO AU COLEGIAL - CAPÍTULO XXVIII

Oii, como vai? Não deu para postar no fim de semana por causa das eleições, mas aqui está. Espero que vocês gostem.

Sem nenhuma revisão.

Boa leitura!

Capítulos anteriores: CAPÍTULO I / CAPÍTULO II / CAPÍTULO III / CAPÍTULO IV / CAPÍTULO V / CAPÍTULO VI / CAPÍTULO VII / CAPÍTULO VIII / CAPÍTULO IX / CAPÍTULO X / CAPÍTULO XI / CAPÍTULO XII / CAPÍTULO XIII / CAPÍTULO XIV / CAPÍTULO XV / CAPÍTULO XVI / CAPÍTULO XVII / CAPÍTULO XVIII / CAPÍTULO XIX / CAPÍTULO XX / CAPÍTULO XXI / CAPÍTULO XXII / CAPÍTULO XXIII / CAPÍTULO XXIV / CAPÍTULO XXV / CAPÍTULO XXVI / CAPÍTULO XXVII

— Bebê, tudo bem? — Percy teve que perguntar.

Geralmente Percy não se preocuparia se Nico ficasse longos períodos em seu mundinho feliz e submisso. A verdade é que ele gostava de ver Nico completamente sob seu controle, obedecendo cada ordem sua e se esforçando tanto atender suas vontades que se fosse por ele, esses momentos entre quatro paredes nunca teriam fim. Entretanto, o céu já começava a escurecer e ele podia ouvir o barulho da risada de seus irmãos e a voz de sua mãe os repreendendo.

Era nessas horas que Percy desejava ser um adulto e não ter que dividir o tempo que tinha com Nico, e muito menos deixar que eles vissem Nico em seu estado mais vulnerável. Sinceramente? Percy não se importava como outras pessoas iriam reagir e sim, como Nico se sentiria quando enfim emergisse de seu estado leve e contente.

Percy fez o melhor que pôde para que Nico se sentisse seguro o suficiente para sair de seu transe. Eles tomaram um longo banho de banheira, lavou os cabelos de Nico, ofereceu a comida favorita de Nico e depois o fez tirar uma soneca. Isso costumava ser o bastante para fazer Nico voltar ao normal. Hoje? Nico parecia especialmente decidido a se manter distante.

— Bebê? — Percy chamou mais uma vez.

Nico meramente levantou a cabeça que estava encostada em seu peito e se acomodou melhor debaixo das cobertas, piscando lentamente, parecendo esperar pela próxima ordem.

— Eu preciso que você volte para mim.

— Voltar? — Nico franziu a testa e se sentou, tentando raciocinar.

— Faz cinco horas. Quer jantar?

— Oh. — O vinco desapareceu do rosto de Nico, mas ele continuou como estava, lento e dócil, sem questionar nada. — Tudo bem.

Nico, então, se levantou. Ele se arrastou para fora da cama e, calmamente, calçou o sapato, andou até a porta do quarto e o esperou, paciente, obediente, quase se curvando, segurando as próprias mãos atras das costas.

Percy suspirou, pelo menos Nico não estava completamente aéreo. Aquilo era tudo sua culpa, sabia bem disso. Não era isso o que ele queria? Nico completamente obediente e submisso cem por cento do tempo?

No fim, Nico estava certo. O que Percy realmente queria era diversão e realizar suas fantasias mais obscuras.

Momentos mais tarde, Percy percebeu que não tinha motivos para se preocupar. Eles desceram as escadas, comeram sem nada estranho acontecer e Nico até interagiu com Tyson e Grover, ajudando Sally a colocar as travessas na mesa. Houve um momento em que Nico e Sally sumiram para dentro da cozinha e só voltaram dez minutos depois, momento que Percy pensou estar encrencado, mas tudo o que viu foi Nico se sentar em seu colo e encostar a cabeça em seu ombro, e Sally, que sorriu para ele toda orgulhosa.

***

Às vezes, Percy desejava voltar ao momento onde seus pais ainda eram casados e sua família tinha muito menos dinheiro. Isso significaria menos responsabilidades, mais tempo livre e menos estresse em sua vida. Primeiro, sua mãe teve a brilhante ideia de fazê-lo acordar as cinco horas da manhã naquele fim de semana para ajudar com o faturamento e inventario mensal, algo que um contador poderia fazer facilmente. Mas, não, Sally havia sofrido um golpe no passado e não estava disposta a receber outro. Por isso, todos da família eram obrigados a ajudar. Nico era um caso a parte, é claro, ele já ajudava Sally mais do que devia na cozinha, então, Nico estava dispensado desse trabalho árduo. E se não bastasse isso, eles teriam uma reunião com os abastecedores do restaurante.

Aparentemente, a qualidade dos legumes não estava agradando Sally, e, aparentemente, Percy intimidava qualquer um que olhasse muito tempo para ele. Vai intender. Sendo assim, essa era uma de suas obrigações; sempre que eles tinham que lidar com algum cliente ou prestador de serviço insuportável, ali estaria ele. E dessa vez, era o abastecimento de legumes; sua nova missão era ficar atras da mãe e encarar os homens até que eles concordassem com o novo contrato. Seria engraçado se não tivesse que deixar Nico sozinho em casa.

Mas antes de ir a reunião, Percy fez questão de ir acordar Nico. Sabia que ainda eram oito horas da manhã de um sábado, porém, ainda se lembrava como Nico tinha reagido quando não o encontrou na cama naquela vez que havia visitado o clube de Apolo. Então, sem fazer barulho, Percy subiu as escadas e foi em direção a seu quarto, vendo que a porta estava encostada, podendo ver dentro do quarto pela fresta da porta.

Percy empurrou a porta e o que viu tirou seu folego.

Nico estava no meio do quarto, pelado, cabelos molhados e descalço, de costas para a porta, sentado na beirada da cama. Nela, estava a caixa preta com a coleira, a mesma coleira que ambos tinham decidido ignorar, feito um taboo que nunca deveria ser mencionado. Mas ali estava Nico, segurando a coleira contra seu colo, parecendo admirar a peso em seus dedos longos e magros, completamente calmo e composto, e com a mesma atitude quieta e dócil que havia adotado pelos últimos dias.

Pela primeira vez, decidiu que não tomar nenhuma ação era o melhor a se fazer. Porque, não importava o que ele dissesse ou até mandasse, isso era algo que Nico teria que decidir por si mesmo. E se no final Nico decidisse que não queria nada daquilo, Percy teria que aceitar.

Não demorou para que Percy tivesse sua resposta. Lentamente, Nico levou a coleira até o próprio pescoço e a enrolou em volta de sua pele, ainda sem afivelar o fecho, parecendo medir o peso do couro em sua pele. Quando nada aconteceu, Percy observou Nico afivelar a coleira e continuar segurando o couro contra sua pele, como se a coleira fosse muito pesada para seu pescoço aguentar. Nico se levantou, e ainda de costas para a porta, andou até o espelho que ficava do outro lado do quarto, perto do guarda-roupa. Nico estava se admirando, era isso o que acontecia; ele tocou no couro da coleira, como se acariciasse o pelo de um animal de estimação, e mesmo daquela distância, Percy podia ver a pele oliva escurecendo com o rubor, embora Nico não estivesse entrando em pânico como antes. Afinal, por que ele iria? Era apenas fantasias, não era?

Percy não aguentava mais. Ele marchou a passos decididos para dentro do quarto e parou atras de Nico, quase colado a suas costas, observando agora ambas suas reflexões em frente ao espelho. Era algo automático, suas mãos foram para o pescoço de Nico, seus dedos rodeando o longo pescoço, bem na parte da coleira que agora escondia a gargantilha, massageando a pele que encontrou lá.

— Então você gostou. — Não havia sido uma pergunta, porque a resposta era óbvia. A expressão no rosto de Nico dizia tudo o que Percy precisava saber, e o arfar surpreso e tímido, mais ainda.

— Eu não... eu estava curioso! — Ali estava, a ansiedade vindo feito um trem-bala. Então, o problema devia ser sua presença. Ou talvez a expectativa que o próprio Nico colocava em si mesmo.

Nico deu um passo para a frente, tentando se livrar de suas mãos, e dessa vez, Percy permitiu que Nico fugisse; isso não era algo que ele devia brincar se quisesse que no futuro a visão de Nico usando uma coleira fosse algo cotidiano.

— Tudo bem. Eu não quis te assustar.

— Você não assustou. É só que... você sabe... não sei consigo fazer o que você espera de mim. O diário, são apenas fantasias e... nunca pensei que eu fosse... fosse gostar tanto disso a ponto de ter sexo com alguém. Eu só... eu não sei.

— Eu entendo. — Percy disse em sua voz mais afável.

— Você entende? — Nico abriu bem olhos, parecendo surpreso e tão inocente, que Percy voltou a se aproximar, tocando nos cabelos negros, tentando confortá-lo.

— Tudo bem se você quiser brincar. Tudo bem se você não quiser. A gente não tem que tentar algo novo só porque eu quero.

— Eu pensei que o papel de um submisso fosse fazer as vontades do dominador?

— Isso é uma fantasia, não é? Você mesmo disse. Não quero te forçar.

— Oh. — Nico murmurou, relaxando nos braços de Percy, encostando a cabeça em seu ombro e o abraçando pela cintura. — As vezes, eu sinto que devo fazer certas coisas... quer dizer! Você nunca me pediu para fazer isso...

— Está tudo bem. — Percy disse mais uma vez, sorrindo para Nico, decidindo tirá-lo de sua miséria. — A partir de agora sempre que eu quiser fazer algo vou pedir permissão. Não importa o que seja, mesmo que seja um beijo.

— Sempre?

— E você não tem a obrigação de aceitar ou retribuir, ou de se sentir pressionado.

— Eu não sinto que você me obriga, eu só... — Então Nico olhou para baixo, todo tímido, o virou o rosto para lado tentando se esconder. — É essa vontade incontrolável de... de fazer essas coisas.

— Como o quê?

— De obedecer. Não te desapontar. — Foi quando Percy viu Nico fechar os olhos, os apertando bem forte, ainda com o rosto contra seu ombro. — Eu quero ser o seu bebê e seu bom garoto para o resto da vida. Só seu.

Por essa Percy não esperava! Eles tinham com toda a certeza percorrido um longo caminho até ali. Percy se pegou endireitando as costas e respirando fundo, um sorriso um tanto maníaco se formando em seu rosto, uma reação mais rápida do que ele podia controlar. E tão rápida como veio, aquele senso de satisfação e possessão doentia, também desapareceu, restando a Percy apenas puxar Nico contra seu peito e o abraçar forte.

— Obrigado por me contar. Você é tão corajoso. Meu perfeito bebê, hm?

Nico não disse nada, mas ele gemeu, o abraçando mais forte ainda pela cintura, se encolhendo contra seu peito, quase se fundindo a ele. Percy não trocaria esse momento por nada nessa vida.

***

— Obrigado por me contar. Você é tão corajoso. Meu perfeito bebê, hm?

Sim, ele era! Deuses! Ouvir Percy dizer essas coisas, por mais que Nico já soubesse desse fato, fazia algo dentro dele explodir em contentamento.

Bem, o que ele podia dizer? Tinha decidido se deixar levar.

Quer dizer, o que de tão ruim poderia acontecer além de Percy o levar cada vez mais fundo nesse mar de prazer que ele nem sabia ser possível existir? Do que adiantava fugir e lutar contra esses sentimentos quando sem nem perceber se via no mesmo lugar? Essa sensação leve o fazia se lembrar de um jogo que ele e Percy costumavam jogar quando crianças; a cada vez que venciam um desafio, o jogo os levava a um nível acima, subindo degrau por degrau até chegarem ao nível final.

O problema é que aquele jogo inocente e bobo parecia não ter fim, os degraus se estendendo infinitamente a se perder de vista. Era assim que Nico se sentia, quanto mais longe Percy o levava, mas difícil era encontrar aquele mesmo Nico que havia começado no primeiro nível. As vezes, Nico mal se reconhecia. Não se sentia tão pequeno quanto antes, tão tímido ou tão indefeso. Era como se durante o jogo ele tivesse ganhado poderes especiais e eles ainda estivessem com ele, como se Nico os tivesse sugado para dentro de seu ser, para sempre absorvidos em sua pele. Mas, as vezes, mesmo que não ele quisesse, o velho Nico fazia suas aparições, ele não se orgulhava disso, forçando Percy a dar um passo para trás nessa valsa onde ninguém sabia qual seria o próximo passo. Entretanto, o que ele podia fazer se não entrar no ritmo da dança?

Esse era um bom exemplo, o melhor deles. Sentindo Percy acariciando seus cabelos e deslizando as mãos por suas costas, sempre tentando confortá-lo não importando o motivo. Mesmo quando não havia motivo ou quando o culpado era o próprio Nico. Naquele instante, Nico percebeu que dessa vez não precisava ser confortado, mas que gostava do gesto gentil de qualquer forma.

— Sei que eu posso ser... rigoroso. — Percy murmurou em seu ouvido, roçando a barba que crescia contra seu pescoço, o fazendo estremecer. — Você tem que me dizer se eu estiver sendo exigente.

— Você nunca exigisse o que eu não quero dar.

Essa era a verdade. Por mais que ele hesitasse ou dissesse que não queria, era difícil mentir para si mesmo quando o objeto de sua única obsessão na vida estava bem a sua frente, oferendo tudo o que pensou que nunca teria, ainda fosse tão intenso que parece que estava a ponto de desmaiar a qualquer momento. Não porque fosse ruim, mas porque Nico perdia o folego toda vez que Percy olhava para ele por mais de dois segundos.

Então, Nico sentiu lábios tocando os seus numa caricia doce e lenta, e fechou os olhos, relaxando conforme o beijo continuava; uma mordiscada e uma lambida depois, um arfar, línguas se encontrando em um encaixe perfeito, como sempre tinha sido, como naquela primeira vez onde ele tinha fugido e só voltado dois anos depois. Parecia que era tudo o que Nico tinha feito até esse momento, fugir e se esquivar até que ele não tinha vesse alternativa, até que seu único pensamento fosse se redimir por todo o tempo perdido.

— Bom garoto. — Percy disse colado a seus lábios, pressionando suas bocas juntas pela última vez antes de se afastar, sorrindo para ele.

Nico queria seguir Percy, pedir para ser jogar na cama e continuar subindo os degraus. Percy tinha outras ideias, como ir para longe de Nico e abrir o guarda-roupa, tirando um blazer e uma calça caqui social.

— Você não tinha que sair com seus amigos? — Percy disse, ainda com a cabeça dentro do guarda-roupas.

Isso era verdade. Era por isso que Nico tinha acordado tão cedo em um sábado, se distrair com o pensamento de vestir aquela coleira e se ajoelhar aos pés de Percy, jurando fidelidade e obediência eterna não estava dentro dos planos. Talvez depois do casamento se ele realmente acontecesse.

Quando Percy emergiu, estava completamente vestido. Sapatos italianos, camisa preta, terno completo e cabelos penteados para trás. Nico era tão sortudo! Como ele conseguir noivar com alguém tão bonito e charmoso estava além de sua compreensão.

Nico nem tentou se conter, ele andou até Percy, ficou na ponta dos pés e o beijou novamente, algo rápido e suave, e disse: — Você nunca se veste desse jeito pra mim.

Percy sorriu para ele, daqueles tipos de sorriso de lado e covinhas que o fazia parecer um tubarão, e o segurou pelos cabelos, o fazendo gemer.

— Do que adianta eu me vestir assim se as roupas vão ser tiradas em menos de cinco minutos?

Percy o beijou forte nos lábios, arrancando outro gemido dele e o deixou ir, se olhando uma ultima vez no espelho.

— Porque você não descansa um pouco, hm? Eles podem te esperar.

Bem, descansar não era a palavra certa.

Nico seguiu os olhos de Percy e olhou para o próprio colo. Nico tinha um certo volume aparente, e Percy parecia que iria a qualquer momento se ajoelhar no chão e ajudá-lo com isso. Em seguida, Percy voltou a olhar em seus olhos e sorriu novamente.

— Depois. Eu prometo. — Percy, seu dom cruel, disse, se afastando a lentos passos em direção a porta. Mas antes de ir, disse: — Não se divirta muito sem mim.

Então, parece que estou enrolando, não é? A verdade é que falta pouco de plot para escrever. Vou tentar terminar essa história nas proximas 30 mil palavras. Estou planejando alguns extras também, nada muito complicado.

Obrigada pela presença!


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2 years ago

Refulgente - Trecho do segundo arco

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— Não se preocupe, bebê. Vou cuidar de você.

— Oh. — Foi tudo o que consegui arfar antes dele me beijar suavemente nos lábios, me mantendo presado contra a cama e começar sua doce tortura.

Eu não sabia… eu não sabia que um beijo dado da forma certa poderia causar tudo isso ou muito menos que uma língua pudesse me fazer flutuar como ele fazia. Foi assim, bem devagarinho que Percy começou. Ele me deu um selinho molhado e arrastou seus lábios pela minha pele. Beijou o cantinho da minha boca e foi um pouquinho para baixo, parando no meu queijo. Mordiscou a área e arrastou seus dentes pelo meu pomo-de-adão mordendo ali e me segurando assim entre seus dentes. Ele deixou minha pele ir e eu pulei, gemendo longamente. Puta, Que. Pariu. Eu… eu… hmm… eu não consegui me conter e esfreguei minha parte de baixo contra ele, eu precisava tanto…

— Hmm… isso foi ótimo, bebê. Tão bonito, minha marca em você. Eu gosto disso. Ver como sua pele é tão sensível ao menor estímulo. 

Isso… isso… não tinha sido um estímulo menor. Eu ainda sentia minha pele latejar, tão dolorida que--ah! Ele voltou a lamber a pele, pressionando a boca ao redor, chupando, não me deixando escapar.

— Assim está bem melhor. Quero te ouvir, querido. Todos esses sons bonitos. Me deixe te ouvir.

Então, ele voltou a mover os lábios mais para baixo, no vão entre o meu pescoço e ombro, sendo quando eu sinceramente vi estrelas, lindas estrelas cadentes que brilhavam, me trazendo a dor do latejar e o prazer me fez relaxar de uma vez contra os travesseiros.

— Perfeito. Não se mexa.

Seu peso sumiu de cima de mim para ser substituído por suas mãos que levantavam minha camisa e as levavam pelos meus braços, os mantendo preso pelo tecido de algodão.

— Precisamos te prender hoje? Não, talvez outro dia.

Sim! Quis gritar, mas, então, não, eu não precisava ficar mais vulnerável ainda.

— Sim, perfeito. Mantenha as mãos aqui, certo? — Percy guiou minhas mãos para o batente da cama e me fez segurar a madeira. — Bem aqui e não as mova.

Queria dizer que eu nem tinha força suficiente para levantar o braço no momento, mas logo ele tinha tirado a própria camisa e a jogado no chão, voltando a se meter no meio das minhas pernas. Minha visão estava embaçada e eu ainda latejava, no pescoço e no meio das pernas, nunca antes me sentindo tão… tão…

— Ah, meu bebê está chorando? Não, pronto. Aqui.

Ele me beijou devagar e levou as mãos para o meio das minhas pernas, me massageando levemente, mas de tão leve que eu mal pude sentir, me provocando, me torturando, tão vagarosamente que não consegui conter meu soluço, ele vindo do fundo do meu estômago e se despejando por meus lábios.

— Onde doí? Diz pro papai.

Neguei, não conseguindo mais manter os olhos abertos, derretendo contra seus dedos que continuavam a me provocar por cima da roupa.

— Por favor. — Me dei por vencido, por tão pouco e tão rápido. Tão vergonhoso.

— Mas já…? A gente nem começou.

Era estranho, Percy parecia estar zombando de mim e não estar zombando ao mesmo tempo. Eu conseguia sentir o afeto e aquela outra coisa que me fazia esquentar. Eu… eu não sabia… em um momento eu ainda soluçava e no outro eu já estava gemendo, descontrolado, ele tirando minhas calças e a boca novamente em mim, chupando onde ele tinha deixado suas marcas e então descendo, mais uma marca no meu peito e mais outra me fazendo guinchar. Percy desceu mais um pouco e lambeu um de meus mamilos, os puxando com os dentes até que em me senti pulando novamente em seus braços, surpreso pela reação do meu próprio corpo. 

Era ainda melhor do que antes, ou talvez fosse pior, eu não conseguia me decidir.

— Por… favor… — Choraminguei novamente, minha visão ainda embasada.

— Shhhh… você está indo tão bem… não quer estragar a diversão logo agora, quer?

Mas Percy era teimoso quando se decidia por algo. Mesmo sem poder enxergar direito pude ver o sorriso de lado, sacana, em seu rosto quando ele voltou a me segurar contra a cama e chupar o outro mamilo até que eu estava me contorcendo todo, gemendo mais de dor do que de prazer, mas ainda assim… ah! Eu gemi misturado com um soluço, meu corpo se balançando tão que eu tive que me segurar na cama, eu… eu estava sentindo… estava vindo… tentei avisar Percy que eu estava… hmm!…. gemi longamente e curvei a coluna, fechando os olhos por causa da intensidade. Me senti pulsando e pulsando e pulsando dentro da minha cueca, pulsando mais e mais até que cai na cama feito um saco de batatas podres. Doía… doía tão… tão gostoso… tão bom…

— Bebê, isso foi lindo. Mas você gozou sem permissão.

Quer ler mais? https://www.spiritfanfiction.com/historia/refulgente-kinktober-2021-22738016


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3 months ago

SITTER'S LOVE - Nico!Babysitter, Percy!Teacher-father - Chapter XX and Chapter XXI

Hi, we're back! I've had a bit of time and decided to move things along. I hope you like it.

Previous chapters: CHAPTER I / CHAPTER II / / CHAPTER III, CHAPTER IV e CHAPTER V / Chapter VI e Chapter VII / Chapter VIII e Chapter IX / Chapter X, Chapter XI, Chapter XII e Chapter XIII / Chapter XIV / Chapter XV / Chapter XVI e Chapter XVII / Chapter XVIII and Chapter XIX

Chapter XX

“I’m leaving,” Nico muttered weakly before leaving the house.

He took one last look at his father's figure sitting on the couch, ignoring him while reading the newspaper, and opened the door. Nico didn't even wait for a greeting in return, knowing he wouldn't get one. Not that he cared, he had come there to get some books and a change of clothes, and if that was the way Hades was going to continue to treat him... it was better that way, because things were only going to get worse. After that lunch with Percy, or rather, after he decided to ignoreWill's calls, the vow of silence had begun. However, it was only when the gifts, money and unwanted appearances started to appear that things became truly uncomfortable. That is, gifts from Percy andWill, both competing to see who was the best.

Yes, it seemed that was how things would be. If he didn’t stay too long inside that house, he wouldn’t have to see them and that way, everything would be fine. And if he didn’t stay at home, Maria wouldn’t have to take sides and Hazel wouldn’t have to fight with Hades, but… but it was all right. Jason and Thalia were helping him, the siblings had a spare room and they didn’t demand anything from Nico. Yes, it was the best thing to do, he kept telling himself; in the end, everything would be fine. The good news was that Nico had left plenty of clothes at their house and he wouldn’t have to go back for a few days.

"Nico!" Nico's soul nearly jumped out of his body at the shrill scream. Hazel came running down the stairs toward him, her face distressed and angry, determined as ever.

"Where have you been all week! We've been so worried.”

She was a true angel. Nico let Hazel's short arms wrap tightly around his waist and returned the gesture, barely realizing how much he missed her.

"I'm not welcome here." Nico confessed.

"That’s not true! Mom and Bianca miss you. EvenThanatos asked about you.”

"It's better this way." He said, "You don't have to fight over me.”

"No, I refuse. You're not leaving!”

"Honey, I have to work.”

Nico looked at her and smiled, even though he was crying a little. He missed Hazel so much that he almost gave in to the temptation to stay. He missed his mother too, and the nights watching movies with his brothers.”

"Why, right now? What changed that made you abandon me?" Hazel pouted cutely and tears fell from her golden eyes. The worst part was that she was right.

For the first time in his life, Nico had accepted someone's help and gone to the psychiatrist that Percy had recommended, as well as the psychologist, both community doctors. The truth is that the doctors he had seen before had not been a good experience, but Nico had talked a lot with them, learning that moving away from what was hurting him was essential, even if it was slow, and having a support network was even more important. He had also decided that he would no longer lie and that he would face his problems head on, and he would never, ever again be ashamed or feel guilty for thinking of himself first.

"I'm going to a psychiatrist. She prescribed me a weaker sedative and advised me to seek a healthier environment.”

“Oh,” she murmured. “I understand. I’m… I’m happy for you.” But now she was crying for real, silent tears streaming down her dark face. “You’ll come back to visit, won’t you?”

"I'm not leaving. I just need some distance. When you need me, just call me and I'll come running.”

"Do you promise?”

"I promise." Nico said to her and hugged her tightly.

"Can I go with you?”

"Where?”

"Work, of course." She said as if it were obvious.

And you know what? He shrugged, Percy probably wouldn't mind.

Nico took Hazel's hand and guided her to the bus stop.

***

Nico rang the bell and held Hazel's hand, counting the seconds. The door opened quickly and, as usual, it was Percy who came to greet him, always with a big smile and an affectionate hug.

Of course, it hadn't always been like this, the important thing was that in the last few days a simple "hello" had turned into something more, something that required physical contact and was as easy as breathing. He just wanted things to stop there. You know when you think it's going to rain a little and instead a flood destroys your house? That was exactly how Nico felt, all the presents, tight hugs and soft smiles weren't good for his heart. Or the money that had mysteriously appeared in his bank account, so many zeros that Nico didn't even know how to count them and that seemed to increase every day he looked at it.

"You know you don't have to rin-- Hazel! What are you doing here?" Percy said, opening the door completely and allowing them access to the entrance chamber. Percy crossed his arms and made a face, but Nico knew it was a joke, because soon after Percy bent down and hugged Hazel, ruffling her hair.

"She came with me today, I hope that's okay.”

"Yeah, no problem." Percy said and turned to him.

Holding his shoulders, Percy looked him straight in the eyes and then moved them from his feet to his head, and only then hugged him tightly, tighter and longer than would be appropriate.

"You look much better. The kids will love to see you." Percy said in the middle of the hug, his voice whispered against his earlobe.

Nico could only nod, the words he was about to say disappearing without being pronounced, like, why he found so much money in his account when he went to get money to buy a book and why so many gifts. He just wanted to understand what was going on between them. Or what could still happen. What really made him understand how screwed he was was finding himself surrounded by Percy's arms, realizing how much he had missed him this past week, the week he had asked for time off. It was the only way to get his life together and try to build something to motivate him to continue.

One of Percy's hands held him by the back of the neck and the other came to rest on the small of his back, making him feel welcome and safe. When Percy finally let go, Hazel and Percy had identical smiles on their faces, which made him deeply uncomfortable, as if they knew something Nico didn't.

"Come on, the kids are already at the table." Percy told him.

Percy touched his hand hesitantly, as if expecting to be rejected, but when Nico did nothing to stop him, Percy gently guided him as he stroked his fingers. However, Nico didn't have time to enjoy the feeling of Percy's touch on his skin, because there was the Jackson family; Alice sitting next to Logan,Annabeth at the farthest point from everyone while Percy sat in the center, with him and Hazel seating them next to him and across from the children. The funny thing was that instead of asking the cook or the housekeeper to get more dishes, Percy himself stood up.

"There's always room for one more in this house." Percy placed the cutlery, plates and glasses as the housekeeper had taught them and straightened his spine. Percy puffed out his chest and cocked his head in a comical gesture, looking really proud of his work.

"So, what brings your sister here?”

"I--” Of course Nico didn't get the chance to finish.

"I had to ambush Nico in the morning!" Hazel practically slammed her hands on the table, exactly like Hades would do, all irritated and offended.

“Oh, really?” Was all Percy said, his easy smile seeming to calm her.

"Nico… Nico hadn’t been home for over a week! I was so worried! No one knew where he had gone, not Mom, Hades, Bianca. Not even Lou and Cecil! It was like he had disappeared off the map!”

"Hmm, and how did that happen?”

But this time, Percy wasn’t asking Hazel that question. No, he was looking at Nico as he lifted the wine glass to his lips. One corner of his mouth lifted and he leaned back against the back of his chair, looking Nico over once more from head to toe.

"Could this have anything to do with some recent changes? I wonder what it could be…" Percy said again, in that mix of joking and mocking that only he could do.

“Okay,” Nico said, suppressing the urge to roll his eyes. “I went to the psychiatrist, okay? She referred me to a psychologist too.”

"I'm glad." Percy said then, contentedly. The smile that reached his eyes said much more. “Did you like it?”

“Like isn’t the word I’d use,” Nico found himself saying, feeling his face heat up, that urge to hide stronger than his sense of pride. “It’s helping. I guess I needed to hear certain things, from a neutral perspective, you know?”

“I know!” What surprised him wasn’t that someone agreed with him, but that it was Logan who had said it. Alice nodded, seeming to flinch when the attention turned to them. “Dad put us in therapy after you had your panic attack. It’s so cool! He listens to me and jokes with me, just like you do, Nico!”

He smiled at Logan and Alice, but for some reason he felt like crying. Nico didn't cry, of course, it would be too much drama for such an early morning, he just looked at Percy suspiciously.

Percy shrugged.

"My parents never worried about that kind of thing. I wanted to make sure that… everything was as it should be." Percy muttered, a strange, self-deprecating smile forming.

Nico was so proud! To show his approval, he held Percy's hand and smiled at him. Percy didn't know how much trouble he was saving himself with this. Percy only did this because the children must have been traumatized, but it showed that Percy cared about their well-being, not just their physical well-being, but their mental well-being as well. The problem was that Percy turned his hand against his and intertwined their fingers, making him feel that warm feeling in his heart, and maybe somewhere else too. When that happened, he tended to forget everything else.

It was at that moment that Nico heard a throat clearing.

Sofia pushed her chair back and stood up, knocking it over as she went. She crossed her arms and approached them, circling behind each one sitting at the table, as if she was about to attack.

"Who gave you permission to do this to my children? Is this how you raise them? And letting just anyone come into my house?”

If he didn't know whoAnnabeth was or what the purpose behind those words was, Nico would be offended. Hazel, who didn't know what was happening, didn't have the same reaction. She stood up and, just as aggressively asAnnabeth, lifted her chin, taking a step towards her.

Fortunately, Nico acted faster. He grabbed her arm and sent her a look, which was enough for Hazel to sit back down, not at all happy with the situation.

"Is this house still yours?" Surprised, Nico heard Logan say once more. "If you don’t live here, is it still yours?”

Percy frowned andAnnabeth paled. If Nico hadn't been paying so much attention he would have missed the momentAnnabeth gasped and took a step back in shock. Percy was too focused on Logan, Alice was looking down in sadness, and Hazel had looked away in a huff. He could only watch asAnnabeth took another step back and another, disappearing up the stairs without a word.

Maybe it wasn't a good idea to bring Hazel there.

Chapter XXI

Even though the morning was full of drama, the rest of the day passed peacefully; after Percy talked to Logan, Nico took the children to school with Hazel and then they returned, Nico showing his sister the house, quickly passing by Percy's room, a gigantic place with a double bed, a suite with a bathroom and, in the corner of the room, a spacious table with chairs, a printer and everything Percy could possibly need. They said "hi" to Percy and soon Nico pulled Hazel by the hand when she started to talk, Percy in the middle of documents spread out on the table, laughing at their attitude.

When they finally returned to the living room, Nico was able to sit down and pick up his books. But Hazel? She wasn't satisfied with that. No, she walked around the room, looked out the window that overlooked the garden and the pool, and went to the bookshelf that took up an entire wall and began to read the titles.

That was already getting on his nerves.

"Hazel, what are you doing? Looking for evidence for Hades?”

"What, no… but… is that all?”

She came towards him and sat on the sofa by his side, still curious.

"What were you thinking?”

"You and Percy seem so close…”

"Hazel!”

"I'm just saying. So, you just study? All afternoon?”

"Sometimes Percy comes over and we watch a movie. Or we get something to eat.”

"Really? Not even a little kiss? Maybe a--”

"You can stop right there. If you came here for that--”

"No! I missed you. You still haven't said where you're living.”

"And I won't. I don't want to take my problems elsewhere. They're already helping me, I can't get them into this mess.”

"Is this part of your therapy too?" She asked, pouting.

"Yes. I have to learn to say no, or the same thing will happen no matter where I go.”

"What? People coming to your new house?”

"No, people abusing me. Even if they don't know what they're doing.”

"Oh." Hazel murmured, looking at her hands. "Do I do that? I never--”

"It's not your fault. If I don't tell you how I feel, how can you know? The responsibility for building healthy relationships must come from both parties.”

"Does it start with “no”?”

"Start by defining what I am willing to accept and what I should never allow.”

"Oh." She said, but this time, Hazel understood. She smiled and hugged him tightly. "I hope I'm one of those healthy relationships.”

"Of course you are, I'll always want you in my life. The question is: do you want to study with me until it's time to pick up the kids or do you want me to take you home?”

"I think I've caused enough trouble. I'll go alone.”

"Are you sure? Do you have the money for the bus?”

"Yes, Hades always gives me money to spare. Don't worry.”

That was when Nico realized how differently they were treated. Hades had never given him a penny that wasn't strictly necessary, but for Hazel... only the best. He took Hazel to the door and waited for Ethan to pick her up, and only then did he let himself fall apart. He walked mechanically to his little corner in the living room and lay down in one of the long armchairs, only realizing that time had passed when someone gently touched him on the shoulder.

“I--”

He jumped and tried to sit up. However, it was Percy. The man always caught him in these situations. Percy just smiled at him and sat down next to him, Percy's hands going to his hair automatically, brushing and massaging, rocking him so gently that he calmed down after a few moments.

"You were so quiet, you didn't come to call me for lunch. Have you eaten yet?”

"No." Nico denied, relieved that he didn't have to explain.

He didn't understand where all this care was coming from or why Percy chose to treat him this way. It was clear that he wasn't the best person for Percy to invest so much time... and money in. In the last few weeks it had seemed like as soon as he breathed, Percy was offering him something or giving him "tips" that felt more like extra pay, even when he was off duty, the money showing up in his account randomly.

It’s just… that was why he was working, wasn’t it? Except it wasn’t work at all, taking care of the kids or occasionally making food when the cook was gone. Really, Percy had done so much for him, more than he could ever do for Percy; he just wished Percy wouldn’t make him feel so guilty.

Ah! Who was he kidding? Percy was all he needed. Someone who would support him, care for him, and understand him, someone Nico could trust, just like Percy had already proven. So why did all of this feel so wrong? So bad? Like he was taking advantage of the man and manipulating him, just like those girls his father criticized so much.

"Nico?" Percy called his name, and that voice that was usually soft and husky, sounded authoritative, like Nico hadn't heard in a long time.

He immediately paid attention and looked at Percy's face, who was staring at him seriously, with his jaw clenched, offering him his hand. He didn't hesitate and took it, Percy's firm grip making him feel safe and a little better.

"I'm not going to make you talk about what happened. You know you can talk to me about anything, right? It doesn't matter what it is.”

“I…”

"Am I being too intrusive? If it's about something that happened in this house, I can--”

"No!" He jumped up, facing Percy. "Nothing happened. Nothing at all!”

"Hm. I'll pretend to believe you. But if something is bothering you, I'd rather hear it from you than from other people.”

"I promise… I promise you’ll be the first to know.”

Still a little sad, Nico sniffed and wiped the tears on the sleeve of his sweater. Percy didn't ask anything else, just took his hand again and guided him once more with his firm touch. He knew that if he wanted to talk, Percy would listen; and that was enough to make the sadness dissolve a little more, enough for Nico to know that if he had lost a father, he had gained so much more in return.

***

When Nico opened his eyes, the living room was already dark, only the television and the clock lit up the room. He rubbed his eyes and checked the time, half past eight, well after working hours. He got up and left the children sleeping, heading towards the kitchen, or that was the goal. Nico had to stop halfway when he came acrossAnnabeth, she was coming down the stairs, pulling a huge and heavy suitcase, and for a moment he felt bad for the children who were being abandoned once again, without so much as a goodbye or any words of comfort.

Fortunately, Nico soon snapped out of his trance and headed towardsAnnabeth, running over to where she was, helping her down the rest of the steps.

“Thank you,” was all she said, her attention completely on the still half-open suitcase, her gaze determined to fit everything into that compact space.

"Sofia-- ma'am... aren't you say goodbye to the children?”

"Say goodbye to them?"Annabeth finally looked at him and analyzed him from head to toe. "They don't need me. They don't even want me here. Why would I say goodbye?”

It was a good question. Still, it wasn't the right thing to do.

"The children miss you.”

“I know they do.” She finally closed her suitcase and turned to him, with the same self-deprecating smile Percy had used before. “They miss something that never existed.”

"That's not true. I bet they'd love to spend a holiday with you. If you'd talk to them... Percy would be open to it, I know he would.”

"So cute, yet so innocent." She finally smiled at Nico, a sincere smile that spread across her entire face. "You're a good boy. That's why I know you'll take good care of my husband and my children. You have a gift for it. They're so happy that I won't need to go back for a long time.”

"What?" Nico asked without understanding.  “So, you…”

"It's the deal I made with Percy, I have to come back a few times a year. That's it.”

"Aren't you afraid?”

"What could I be afraid of?" She looked down at him, mocking Nico. When Percy did that, it gave him a feeling of affection, but whenAnnabeth did it, he could only feel mockery and sadness.

"For them to grow up and reject you for the rest of their lives?”

Sofia pulled on the handle of her suitcase and hesitated for a moment, then looked back at him with those piercing gray eyes.

"I meant it about the kids missing you. They were so happy when they heard you were coming… all they need is a little attention. They just need to know that their mother cares.”

"Hm." Was all she said before tossing her golden hair back and opening the door, walking out.

You know what was funny?Annabeth had spent the past two weeks watching him like a hawk, trying to find any flaws or mistakes he might make, but all she had revealed was how she and Percy could never be more than two strangers, or how the children worshipped her, like a god they could never reach. But now, listening to the sound of the car driving away, all Nico felt was sadness. These were two more children who would grow up feeling rejected and incomplete.

See you next week!


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1 year ago

NÃO HÁ LUGAR COMO O LAR - PERCY/NICO AU COLEGIAL - CAPÍTULO XVI

Oii, como vai? Estamos tendo alguns dias de produtividade, não? O capítulo ia sair antes, por causa do feriado me permiti descansar. Eu definitivamente desisto de ter um cronograma de postagem, mas vou tentar atualizar toda semana. Então, é só passar aqui uma vez por semana, na sexta, porque se eu postar algo vai estar pronto na sexta até as 12h. E tipo, considerem os textos por aqui como rascunhos iniciais, ok? Ainda estou na minha fase criativa e eu amo colocor sub-plots e outras coisas no meio do enredo principal. Se eu seguisse meu planejamento original eu já teria terminado a história. Então, vamos relaxar e nos divertir. Obrigada pela presença!

Avisos: Aspectos mentais (Aqui teremos algumas conversas sobre esses assuntos)

Capítulos anteriores: CAPÍTULO I / CAPÍTULO II / CAPÍTULO III / CAPÍTULO IV / CAPÍTULO V / CAPÍTULO VI / CAPÍTULO VII / CAPÍTULO VIII / CAPÍTULO IX / CAPÍTULO X / CAPÍTULO XI / CAPÍTULO XII / CAPÍTULO XIII / CAPÍTULO XIV / CAPÍTULO XV

Nico colocou a caneta na última página em que havia escrito e repousou o diário ao lado de seu travesseiro, se espreguiçando. Ele tinha escrito mais do que pretendia. Bem, Percy teria uma pequena surpresa quando lesse. Mas no fim, Percy estava certo, escrever tinha tirado a pressão em seus ombros que Nico nem sabia estar lá. Foi um momento mágico, ao colocar seus pensamentos no papel, sua mente ficou leve e vazia, como se contasse o que o incomodava para alguém que não o julgaria e não tentaria dar ‘conselhos’ que ele não havia pedido.

Cansado de esperar, Nico deitou na cama e colocou a cabeça no travesseiro. O que Percy fazia para demorar tanto? Quando menos viu, tinha fechado os olhos, os abrindo novamente para sentir algo macio deslizar por seu corpo. Era uma toalha úmida e morna que Percy segurava. Nico piscou lentamente e então a figura de Percy se fez presente, cabelos molhados e peito desnudo, vestindo apenas uma tolha enquanto limpava seu corpo com delicadeza.

— Quer tomar um banho? — Percy murmurou, se aproximando mais dele, o fazendo se sentar contra o batente da cama. — Enchi a banheira pra você.

— Pode ser. — Ele deu de ombros, parecia uma boa ideia. Nico raramente via motivos para usar a banheira.

Assim, Percy o segurou pela mão e o guiou para o banheiro, perguntando: 

— Como você se sente?

Ele não sabia. Um leve ardor que pulsava dentro dele, talvez? Um cansaço muscular e mental? Um relaxamento que nunca havia sentindo antes? Era tudo isso junto e mais. No geral? Nico se sentia bem, ou tão bem o quanto seria possível, parecido com quando ele ainda não tinha fugido para a Itália, talvez até melhor, agora que ele não precisava esconder o que sentia.

— Estou bem. — Nico deu de ombro novamente.

— Você se lembra das nossas regras?

Infelizmente, Nico lembrava. Percy devia estar se referindo a sempre ser sincero.

— Eu não sei. — Nico disse, tentando ser o mais sincero que podia. — É tudo muito novo para eu ter uma opinião formada.

— Nico. 

Ele parou e encarou Percy que agora tinha os braços cruzados.

— Você tem que parar com isso. Não me diga o que eu quero ouvir.

— O que você quer que eu fale?

— O que você está sentindo. Algo doí? Você precisa de alguma coisa?

— Por que você está sempre me questionando?

— Porque você sempre está tentando me agradar.

— Qual o problema nisso?

Ele olhou para Percy e Percy olhou para ele parecendo que iria explodir. Mas nada disso aconteceu. Percy respirou fundo, fechou os olhos por um momento e quando voltou a abri-los, uma aura de calmaria se fez presente. Era um daqueles momentos onde Nico sabia que não iria ganhar, não importava o que ele fizesse. Então, deixou que Percy o guiasse até a banheira e o ensaboasse devagar e sem pressa.

— Você não vê o problema nisso? Mesmo? — Percy perguntou distraído, suas mãos deslizando para baixo, entre as pernas de Nico.

— As coisas sempre foram assim.

— É por isso que eu não fui atrás de você.

— Acho que não entendo.

— Descobri que eu… não consigo me controlar perto de você. Eu fiz você agir desse jeito. Te coloquei nessa caixinha perfeita e inquebrável. Ninguém devia viver assim, conforme os desejos de outra pessoa.

— Não é verdade, eu sempre fui assim.

— Será que é mesmo? Precisou que você fosse para longe e de cinco anos para dizer todas essas coisas para mim. Se você não se sentia confortável em me dizer o que você sentia antes, o que isso quer dizer?

Nico voltou a encarar Percy que tinha um olhar distante e percebeu que isso incomodava Percy mais do que ele pensava.

— Eu não gosto de brigar. Prefiro que as coisas fiquem assim.

— Assim, como?

— Sem conflito e sem drama. Não quero ter que pensar em cada passo do caminho. Eu só quero ficar com você e… te satisfazer. Não é o suficiente?

— Eu não posso fazer isso. — Então, Percy segurou em seu rosto e deslizou os dedos para sua nuca, a massageando devagar e o fazendo relaxar ainda mais. — Como posso ter certeza que não estou te machucando ou te impedindo de fazer outras coisas?

— Essa é a questão, não é? Você se sente culpado de quer as mesmas coisas que eu.

— Nico, não me torture.

— Eu não estou. —  Quer dizer, ele achava que não estava. — Quando eu não quiser mais… essa coisa que a gente tem, você vai saber. 

— Como?

— Eu vou querer fugir. Não como aconteceu hoje. Com vontade, como se minha vida dependesse disso.

— Nico!

— Sabe, quando as pessoas tentam se aproximar de mim eu costumo me sentir sufocado. Mas quando é com você eu só me sinto livre e seguro, mesmo que eu sinta medo.

Nico achava que estava enlouquecendo, parecendo um lunático a beira do precipício. Mas era a pura verdade, o que ele buscou em todas aquelas faces, não foi a beleza ou os olhos verdes profundos, não, sempre foi aquele sentimento de segurança e estabilidade, o conforto que os braços de Percy sempre lhe deram. Pois essas coisas eram difíceis de emular; se somente ele pudesse ter encontrado isso em outro lugar, Nico não se sentiria tão controlado e condicionado a fazer aquelas coisas que Percy tanto criticava, mesmo que Percy nunca tivesse pedido por elas. No fim, ele entendia o que Percy estava tentando implicar; as coisas só ficariam piores dali para a frente e eles provavelmente continuariam nesse jogo de gato e rato por um longo tempo até que ele se rendesse. O que Nico podia fazer se Percy era o único que o fazia se sentir assim, tão livre e preso ao mesmo tempo?

— Nico. — Agora a voz de Percy soou toda rouca e firme.

Opps. Ele olhou para baixo e viu que sua mão estava no colo de Percy, em cima da tolha, mas em um lugarzinho bem estratégico.

— Por que você não pode me dizer o que te incomoda?

Ele negou, não estava pronto para dizer o que realmente pensava para Percy. Embora ele soubesse, Percy sentia algo similar ou pior. Nico viu o quanto Percy tentou superá-lo com outras pessoas, antes e depois dele ir para a Itália. Então, no fundo, discutir era inútil. Eles precisavam de um consenso.

— Isso não vai levar a nada. Eu sugiro uma trégua. — Nico disse ao invés de se explicar.

— Trégua? Isso não é uma guerra.

— Então, por que tudo o que a gente faz é brigar e transar? Eu prefiro muito mais só transar.

Isso tirou um sorrisinho no canto dos lábios de Percy.

— O que você sugere?

— Eu vou… confiar em você e fazer tudo o que você me pedir se você parar de me questionar.

Agora, Percy só parecia triste.

— Não quero que você se sinta mal e acuado. Eu só me preocupo. Eu quero que você seja a sua melhor versão possível.

— E se eu só quiser ser o Nico que quer ficar com o Percy e não ter que discutir?

— Tudo bem. A gente pode fazer do seu jeito. Você tem que me prometer que se não estiver funcionando, você vai me contar.

— Eu prometo.

Tudo o que Nico podia fazer era esperar pelo melhor e tentar manter sua parte do acordo.

***

Quando eles acordaram de novo, o sol estava alto no céu, a manhã já dando lugar para a tarde numa temperatura mais amena. Eles ainda estavam na cama, sua cabeça no ombro de Percy e os braços de Percy em volta de sua cintura. Finalmente o silêncio durava mais do que cinco minutos. Eles não precisavam fazer nada ou estar em nenhum outro lugar que não fosse ali, onde eles tinham decido estar.

— Com fome? — Nico escutou Percy dizer bem baixinho, com a voz rouca de sono.

— Não.

— Nenhum pouquinho? Daqui a pouco Sally vai vir aqui, para ver se a gente ainda está vivo.

Isso seria engraçado. Nico até podia imaginar, Sally abrindo a porta e os pegando na cama assim, pelados e abraçados. Seria ótimo mesmo. 

Com esse pensamento o assombrando, Nico se desgrudou de Percy e se sentou na cama, se sentindo levemente zonzo, porém contente, se espreguiçando até cair para trás, fechando os olhos. Talvez ele precisasse comer alguma coisa. Quando tinha sido a última vez? Ele se quer tinha comido algo na festa ou tinha apenas bebido?

— Cansado?

Nico suspirou e se deu por vencido, sabendo que sua paz estava prestes a acabar. Ele ficou de lado na cama e encarou Percy que não parecia nenhum pouco contente.

— Não muito.

— Sabe, acho que a gente devia criar um sistema.

— Eu acho que--

— Cada vez que você mentir para mim você será castigado.

— Você disse que não iria duvidar de mim!

— Não é uma dúvida quando eu sei a verdade, quando eu te vejo mentindo para mim.

— O que você quer que eu faça!

— Diga a verdade ou não diga nada.

— Oh.

— Você vai passar o resto da vida calado para me agradar?

Essa era uma boa pergunta. Era difícil voltar para a escuridão quando se via tanta luz.

— Isso não tem graça. — Ele murmurou, sentindo algo dentro do peito se alastrar.

— Não tem mesmo. Imagina o que eu sinto vendo vejo você se rebaixar, sendo menos do que você poderia ser.

— Eu não faço isso sempre.

— Não?

— Só com você.

Então, Nico observou Percy estender o braço e tocar em seu rosto numa leve carícia.

— Eu odeio o que eu fiz com você, o que seu pai fez. 

— Você não fez nada. — Já seu pai, era outra conversa.

— Eu te moldei nessa pessoa perfeita que tem medo de ofender qualquer um. 

— Isso não é verdade! Eu… 

— Quero que você grite se você quiser. Quero que você me bata, que me xingue se tiver vontade. Que se revolte. Que exija. Eu nunca mais quero te ver tão magoado.

Talvez Percy tenha razão. Mas ele tinha mesmo que fazer essas coisas? Não era algo que ele se via fazendo.

— Não me entenda mal. Você não precisa. Mas se você quiser ou um dia fizer essas coisas, está tudo bem e é completamente normal.

— Normal? Como fazer essas coisas pode ser normal?

— Deuses. — Percy o abraçou com mais força e encostou a cabeça em seu ombro. — Você não tem que ser perfeito. Você entende isso?

Mas se ele não for perfeito, ninguém vai gostar dele. Como Nico não poderia ser o que ele já era?

— Está tudo bem. — Percy disse, mas Nico tinha a impressão que Percy falava isso para si mesmo.

No fim, Nico preferiu ficar calado. O que ele tinha a dizer não faria diferença nenhuma, e talvez Percy tenha razão. Se ele não tinha nada de bom para dizer é melhor ficar calado.

***

— Deuses, o que Percy fez com você?! 

Assim que desceram as escadas, Sally os recebeu com um sorriso amoroso e abraços apertados. Isso é, foi o que aconteceu até Sally ver o hematoma no pescoço de Nico; hematoma esse que era, na verdade, um chupão bem colocado. 

— Mãe, você está exagerando.

Nico, coitadinho, olhou entre eles, tentando entender o que acontecia. E Percy como um bom samaritano, o ajudou a entender. Como quem não quer nada, Percy levou a mão até o pescoço de Nico e Nico gemeu. Agora se era de dor, surpresa ou prazer, era difícil distinguir. Fosse o que fosse, aquilo fez seu coração disparar e outra coisa acordar.

— Oh. — Nico então disse, levando a mão está ao próprio pescoço. — Eu não percebi. Está muito feio?

— Eu não diria feio.

Ele ouviu risadas atrás dele, mas preferiu se concentrar em Nico que fazia um biquinho fofo e pegava o celular do bolso, se olhando no reflexo da tela.

— Percy! O que você estava tentando fazer? Arrancar um pedaço?

— Você não foi o único. — Percy abriu os dois primeiros botões de sua camisa e mostrou seu conjunto de marcas, unhas pequenas e o formato de dentes que desciam até desaparecer dentro de sua camisa.

— Eu… eu não fiz isso! Fiz?

— E muito mais. 

Percy não se aguentou, ele riu e puxou Nico para um abraço, beijando seu rosto. Mas tudo parecia estar bem, porque assim que Percy o abraçou, Nico derreteu contra seu ombro, o abraçando de volta.

— Esta tudo bem. Você pode me morder o quanto quiser, eu gosto. — E pelo jeito que as coisas iam, Nico gostava também.

Percy ouviu um pigarro e se virou para ver Sally, nenhum pouco feliz com a demonstração de… afeto.

— Percy Jackson! Não é assim que se trata as pessoas.

— Foi algo mutuo. E se você quer saber, Nico que começou. Pode perguntar para Annabeth, ele foi a primeira a ver. Ta vendo aqui? Foi o primeiro. — E bem perto de sua nuca, onde o cabelo começava a crescer longo, estava uma marca que começava a sumir.

Nico escondeu o rosto em seu ombro e Sally cruzou os braços. E antes que outra onde de reclamações chegassem, Percy se apressou:

— Permissão para chupões? — Nico acenou que sim, muito encabulado para enfrente a sala cheia de testemunhas, o que não impediu os xingamentos e protestos.

— É o suficiente. — Sally levantou uma de suas mãos, as levando ao rosto, e se virou para Nico, o fazendo levantar o rosto. — Está tudo bem, querido? Como estava a festa? Melhor que nos velhos, tempos, não?

Imediatamente, Percy viu que tinha algo errado. De repente, Nico abriu a boca, prestes a falar alguma coisa e então, a fechou, se encolhendo contra seus braços. O pior foi ver Nico levantando a cabeça e olhando para ele, como se esperasse a permissão de Percy para alguma coisa, mantendo os lábios selados com força. Ele ouviu outro pigarro e percebeu que todos estavam esperando que Nico respondesse. Grover, Tyson e Sally, todos estranhando o comportamento de Nico.

Restou a Percy sorrir e guiar Nico para a sala de estar e sentar com ele no sofá.

— O que está acontecendo, hm?

Mas tudo o que Nico fez foi negar e olhar para o próprio colo, se recusando a encará-lo. 

— Por favor.

Isso fez Nico olhar entre os silhos para ele e respirar fundo: — Eu pensei sobre o que você disse ontem a noite. 

— Sobre não mentir?

— Sobre ficar calado.

Algo no peito de Percy se apertou naquele instante, e torcendo para que não fosse o que ele pensava, perguntou: — Por que você ficaria calado?

— Você disse que se fosse para eu mentir, eu devia ficar calado, E já eu não tenho nada de importante para dizer, vou fazer o que você pediu.

Percy achava que tinha parado de respirar. Ele não estava falando serio! Quem é que iria seguir uma ordem tão ridícula. Ele só queria fazer Nico responder de qualquer forma que não fosse aceitar tudo sem protestar, queria fazê-lo reagir e ver o que estava acontecendo. E ao contrário disso, Nico decide seguir a risca da pior forma possível?

— Bebê, por favor. Eu estava errado. Eu só queira que você reagisse.

— Reagisse, como?

— Como você quiser. — Percy então sorriu, tentando incentivar Nico. — Vamos, pode gritar comigo. Pode me xingar. Eu fiz algo muito ruim. Eu mereço uma punição.

— Punição? — Nico entortou a cabeça, feito um cachorrinho confuso e se aproximou. Ele o beijo nos lábios, num selinho doce e suave e tocou em seus cabelos, sorrindo angelicalmente. — Pronto. Sua punição.

Percy queria chorar. Por que tudo o que ele falava parecia sair ao inverso? Ou talvez fosse Nico fazendo o melhor que podia.

— Você está me punindo ou consolando?

— Se eu escolho a punição, você tem que aceitar.

Percy se deixou levar e abraçou Nico bem apertado, o ouvindo suspirar de prazer.

— Eu não te mereço. Eu só queria que você se sentisse livre para se expressar. Te fizeram ficar calado por tanto tempo que tenho medo que agora aconteça o mesmo.

— Eu sei. — Nico murmurou baixinho, parecendo contente.

— O que você tem a dizer é importante, sempre será. 

— Pensei que se eu ficasse calado não precisaria medir minhas palavras. 

— Não me faça chorar. 

— Você é um bobo. — Nico enfim diz, parecendo a única coisa sincera no meio daquilo tudo. — Eu tomei essa decisão. Eu tive toda a liberdade do mundo, mas no fim do dia, ainda sentia falta de você e de como as coisas eram. 

Por no fim, a vida se tratava de decisões e consequências. Ele continuou abraçado a Percy e entendeu, Percy estava tão perdido quando ele nessa confusão toda, entendeu que era um período de adaptação e logo tudo voltaria ao normal. Agora, o que esse normal era, ambos não faziam ideia, já que eles nunca tiveram uma amizade comum. 

— Eu sinto muito. — Nico diz mais uma vez. — Acho que é um período de adaptação. Vou tentar não levar a sério tudo o que você disser.

— Eu fico muito contente com isso. — A verdade é que Percy estava aliviado, dando graças a todos os deuses e divindades por encontrar alguém tão compreensivo, embora ele gostaria que Nico fosse mais combativo. 

Não o intendam mal, Nico era uma das pessoas mais independentes e responsáveis que ele já tinha conhecido, mas o que Nico tinha de independente, também tinha de dependência emocional. E às vezes essa dependência emocional era pesada demais para que ele pudesse carregar sozinho, embora ele estivesse disposto a carregá-la pelo resto da vida se isso garantisse a permanência de Nico em sua vida.

— Então, a gente tá bem? — Nico perguntou, levantando a cabeça e o espiando timidamente.

— É claro, bebê. Contanto que você esteja.

Nico pareceu imediatamente tranquilizado. E se era isso o que Nico queria, Percy faria seu melhor resolver as coisas. Obviamente pedir não tinha resolvido, tão pouco conversar ou pressionar. O jeito seria fazer as coisas do jeito tradicional. Não que ele soubesse estar fazendo algo no passado, mas se funcionou antes, vai funcionar agora.

Sorrindo, como se nada tivesse acontecido, ele guiou Nico de volta para a cozinha e se sentou ao lado de Nico em frente a mesa, descobrindo tarde demais que todos ouviram sua conversa com Nico. O que ele podia fazer? O bem-estar de Nico era mais importante do que os olhares de reprovação. Ele sabia que logo veria a repreensão, e se errar um pouco fosse necessário para consertar o que ele havia feito, que fosse! Percy nunca se arrependeria de colocar Nico em primeiro lugar.

— Panquecas ou ovos?

— Panquecas. — Nico respondeu para ele. Então, panquecas seriam. Não era uma novidade. As comidas favoritas de Nico eram doces, e as salgadas tinham um sentimento nostálgico, do tempo em que a mãe de Nico ainda estava viva. Então, ao lado das pequenas e da cobertura de chocolate, Percy colocou um croissant de queijo junto um copo de suco e uma xícara de café.

Era incrível mesmo. Até parecia que nada de ruim tinha acontecido a mesmo de dez minutos atrás. Nico deu o primeiro cole em sua xícara de café e sorriu como se fosse o dia mais feliz de sua vida, mergulhando em suas panquecas açucaradas. E assim, como num passe de mágica, o ambiente voltou a ser amigável, Nico conversando com Sally animadamente, enquanto ele, Grover e Tyson observavam, tremendo pelo próximo banquete que eles seriam obrigados a participar.

— Cara, obrigado por me deixar ficar. Minha mãe está de volta.

— Pode ficar o quanto quiser, o quarto é seu. Por que você não faz uma mala e fica até a formatura? Não falta muito.

— Se um ano inteiro não é muito… — Ambos, ele e Grover, deram de ombros e Grover socou seu ombro amigavelmente, fazendo os dois sorriem. Era uma boa ideia, especialmente quando ele e Nico fossem embora; sua mãe ficaria sozinha e Grover sempre seria uma ótima companhia.

— De verdade! O que você ainda faz naquela casa?

— É! Sempre vai ter espaço para você. — Tyson finalmente se dignou a participar da conversa, geralmente preferindo ficar longe do drama. — Você já trabalha pra gente, o que custa ser parte da família?

— Você chama sorrir para os clientes e levá-los para a mesa certa quando outros não podem, trabalhar?

— É claro que é. Você até usa um terno bonitinho e penteia o cabelo com gel. — Tyson continuou, todo feliz em zombar de Grover, de volta a rotina natural deles.

— Cala a boca! Aquilo nem é um uniforme. Juniper gosta disso… — As últimas palavras de Grover soaram bem baixas, parecendo estar encabulado.

E bem, quem era Percy para interromper um momento tão doce e feliz.

Ele se virou para sua comida e deu a primeira garfada em seus ovos, macios e com pouco sal, do jeito que ele mais gostava e deu um cole em seu café forte sem açúcar ou leite, percebendo que Nico já tinha terminado de comer e olhava para ele com um sorrisinho no rosto.

— O que foi, hm? Quer mais?

— Não. Eu gosto de te ver feliz e se divertindo com seus amigos. Você não costumava fazer isso.

— É verdade. Eu disse que tinha problemas, não disse?

— Acho que não levei isso a sério. Você sempre parece tão decidido e confiante.

— Isso não quer dizer que eu estivesse certo.

— Hm. — Nico murmurou, pensativo. — Nunca pensei por esse ângulo. Acho que todos tem algo a esconder. Algumas pessoas só esconder melhor.

— É isso mesmo. Quanto mais coisas as esconder, melhores atores somos, não? — Percy não pode se conter, Nico estava sendo tão sincero que ele merecia uma recompensa. Ele puxou Nico pela nuca e o beijou ali mesmo na frente de todos, um beijo daqueles destinados para quatro paredes.

— O que foi isso? — Nico disse assim que recuperou o folego.

— Uma recompensa para um bebê obediente.

Corando dos pés a cabeça, Nico apenas olhou para ele, fazendo um biquinho lindo, mas sem reclamar. O que ele podia fazer? Se era desse jeito que Nico entendia, então era como seria dali para frente.

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E então? Eu tenho a impressão que o Nico está se tornando tão dramatico... ou será a visão do Percy sobre ele? Bem que eu também acho que o Nico pensa que o Percy é um pouco dramatico também 🤣🤣🤣🤣 Qual sua opnião? Sua comentario me ajuda a entender os pontos fracos da história para que eu possa rescrever da melhor forma no futuro.

Obrigada por ler!


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1 year ago

Talk #1

Oii, como vai? Tenho alguns capítulos já prontos e estou chegando num momento mais smutt, então, eu queria saber se alguém gostaria de ver algo especifico? Ou algo que combine com eles? Se você tiver alguma sugestão vou ficar feliz em saber^^

Hi, how's going? I have a few chapters ready and I'm getting to a more smutt moment, so I was wondering if anyone would like to see something specific? Or something that matches their personalities? If you have any suggestions I'll be happy to hear^^


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1 year ago
It's Been A Year And A Half Or So Since I've Been In A Room Full Of People So This Isn't A Recent Story,
It's Been A Year And A Half Or So Since I've Been In A Room Full Of People So This Isn't A Recent Story,
It's Been A Year And A Half Or So Since I've Been In A Room Full Of People So This Isn't A Recent Story,
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It's Been A Year And A Half Or So Since I've Been In A Room Full Of People So This Isn't A Recent Story,
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It's Been A Year And A Half Or So Since I've Been In A Room Full Of People So This Isn't A Recent Story,
It's Been A Year And A Half Or So Since I've Been In A Room Full Of People So This Isn't A Recent Story,

It's been a year and a half or so since I've been in a room full of people so this isn't a recent story, but I thought about this while talking to a fellow introvert friend. Do any of you have to take breaks from social gatherings to just stand all alone in the bathroom and mentally recharge?


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9 months ago

Pausa Indeterminada (Indefinite break)

Oi, como vai? Bem, eu não vou tão bem.

Nem lembro a última vez que escrevi algo que eu tenha gostado sinceramente. Pensei que escrever histórias curtas poderia ajudar, embora eu nunca tenha gostado delas.

Estou aqui para dizer que estou entrando em hiatos, provavelmente definitivo. O problema não é falta de ideias, pois eu tenho três novos plots todo mês, talvez até mais. Parece que perdi a vontade de compartilhar essas ideias com o mundo ou talvez seja a falta de energia para colocá-las no papel.

Sinceramente? Sempre fui mais consumidora do que produtora de conteúdo. Decidi vir aqui pelas poucas pessoas que sempre me deram apoio. E para elas, peço as desculpas mais sinceras que posso, por estar decepcionando mais uma vez. Mas, se num futuro distante eu voltar por aqui, é porque terei histórias originais (o que as pessoas parecem não estar interessadas por aqui) ou trarei histórias completas (o que quase nunca acontece.)

A verdade é que nos últimos dois anos venho lutando com a vontade de abandonar tudo, virar um ermitão e nunca mais ser vista por ninguém. Ou claro, pode ser o burnout que final queimou em mim qualquer vontade de escrever.

Eu não sei o que vai acontecer no futuro e nem tenho interesse em me questionar sobre isso. Estou nesse fandom há 15 anos e não me arrependo disso. Quero agradecer pelo tempo que passamos juntos e torcer para que eu um dia volte a ter paixão por essas histórias. Até lá, eu desejo o melhor para todos nós.

Até logo. Ana.

Hi, how are you? Well, I'm not doing so well.

I can't even remember the last time I wrote something I really liked. I thought writing short stories might help, although I've never liked them that much.

I'm here to tell you that I'm going on hiatus, probably for good. The problem isn't a lack of ideas, as I have three new plots every month, maybe even more. I seem to have lost the will to share these ideas with the world, or maybe it's the lack of energy to put them down on paper.

Honestly? I've always been more of a consumer than a content producer. I decided to come here for the few people who have always supported me. And to them, I apologize as sincerely as I can for disappointing them once again. But if I come back here in the distant future, it'll be because I'll have original stories (which people don't seem to be interested in here) or complete stories (which almost never happens to me).

The truth is that for the last two years I've been struggling with the urge to abandon everything, become a hermit and never be seen by anyone ever again. Or, of course, it could be the burnout that has finally burned out any desire to write.

I don't know what's going to happen in the future, and I have no interest in wondering about it. I've been in this fandom for 15 years and I don't regret it. I want to thank you for the time we've spent together and hope that one day I'll be passionate about these stories again. Until then, I wish us all the best.

See you soon. Ana.


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auroraescritora - Aurora Escritora
Aurora Escritora

Sejam bem-vindos! Olá, esse é meu blog pessoal. Escrevo fanfics Pernico/Nicercy e orginais, e reblogo alguns posts de vez em quando. História Atual Não há lugar como o Lar - versão em Portugues There's no Place like home - English version Resumo: Nico está voltando da Itália depois de passar dois anos por lá e encontra Percy, o melhor amigo que ele deixou para trás, mas que manteve contato nesse tempo afastado. O resto se desenvolve a partir desse reencontro. Se você quiser saber o que eu escrevo, siga a tag #my writing

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